Política
Presidente do Republicanos diz que há riscos nas filiações durante a “janela eleitoral”
Com a abertura da chamada “janela eleitoral” (do dia 5 de março até o dia 3 de abril), que vai permitir a vereadores que pretendem disputar a reeleição em outubro deste ano ou o mandato de prefeito de suas respectivas cidades o direito de mudarem de legenda sem sofrerem qualquer restrição por questões de infidelidade partidária, a reportagem do AjuNews conversou com o ex-vereador e deputado federal, hoje presidente estadual do Republicanos, Jony Marcos.
Ele tem conversado com outros presidentes de legendas, com vereadores e ex-vereadores sobre a atenção que todos devem ter na hora da “janela eleitoral”. Apesar de ainda de forma extraoficial, nos bastidores do mundo político sergipano, na capital e no interior, são diversas as especulações em torno das filiações, de quem vai ganhar novos quadros e de quem vai perder densidade eleitoral. Ao trocarem de partido, os parlamentares buscam mais recursos e apoio político para as campanhas.
Jony tem feito sucessivos alertas para os pré-candidatos a vereador que não possuem mandato atualmente. “Em especial para aqueles candidatos de votação mediana que geralmente ficam na suplência ou são bem votados e esperam quatro anos esperando uma nova oportunidade. O sistema eleitoral até a última eleição era um pouco cruel com esses candidatos”.
O presidente do Republicanos explica que os presidentes de partidos costumam separar os candidatos entre “tubarões” (políticos com mandato) e “piabas” (políticos sem mandato). “Antes o camarada ia para um partido onde só tinha piaba. Mas quando formava a coligação, vinham as outras legendas recheadas de nomes fortes. Sem contar que era comum, no final do registro das coligações, findava entrando um tubarão, que ganhava a eleição e tirava a oportunidade dos demais”.
Jony Marcos avalia que as eleições de 2020 podem acabar com essa postura tendo em vista que também não existem mais as coligações para proporcionais. “Se o presidente for correto com os seus filiados, ele vai colocar na disputa candidatos com a mesma média de votação, sem privilegiar ninguém. Agora esse risco persiste e os pré-candidatos precisam acompanhar isso de perto para não serem surpreendidos com a filiação de um tubarão no apagar das luzes”, alertou.
Republicanos
Sobre o partido que comanda no Estado, Jony explica que a legenda terá em Aracaju 36 candidatos a vereador, com todos disputando em condições igualitárias, sem privilégios. “Nós, por exemplo, fizemos um compromisso com o grupo que não filiaremos nenhum vereador com mandato e nem vamos atrás de pessoas com dimensão eleitoral superior a 2,5 mil votos aproximadamente”, disse, enfatizando que o fato de não ter mandatários tem facilitado a conquista de novas filiações.
Segundo Jony Marcos em partidos com quatro, cinco ou até seis “tubarões” filiados, as “piabas” não têm chance alguma. “A turma já entendeu que só vai servir de escada e não vai mais. Essas legendas, inclusive, terão muitas dificuldades para fecharem as legendas com 36 candidatos. E a tendência é que um partido faça dois ou três vereadores, no máximo. Quem tá dizendo que fará mais está mentindo. Porque o terceiro seria pela média de votos”, disse.
Por fim, Jony Marcos explicou que as legendas que chegarem a filiar cinco ou seis vereadores só irão eleger dois ou três e os demais ficarão sem mandato. “Nós teremos mais candidatos nesta eleição do que na última e isso vai fazer com que a votação de muitos diminua, inclusive dos vereadores com mandato. Isso é muito ruim para que vai filiar muitos mandatários e muito bom para quem vai apostar em bons pré-candidatos”, completou.
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