Política


‘Religião e política precisam caminhar separados’, afirma promotor


Publicado 03 de março de 2020 às 16:05     Por Redação AjuNews     Foto César de Oliveira

Durante a Tribuna Livre da Câmara Municipal de Aracaju (CMA), o promotor de Justiça Peterson Almeida Barbosa falou sobre a relação entre política e religião, tema da sua tese de Mestrado, nesta terça-feira (3).

Para o promotor, religião e política precisam caminhar separados, pois o voto não pode ser guiado ou trocado por algo. “Temos a figura do abuso do poder político, econômico, do poder midiático, mas faltava uma quarta figura que é o abuso do poder religioso que implica inclusive, na cassação dos mandatos eletivos”, justificou.

Peterson reforça que nada impede que um líder religioso ingresse na política, mas que o problema reside no meio utilizado para fazer política. “É isso que a justiça eleitoral tem que começar a atentar, conter e estabelecer limites e foi sobre isso que estudei nos últimos dois anos”, disse.

Após discurso, os vereadores manifestaram opiniões sobre a temática. Elber Batalha Filho (PSB-SE) destacou a importância em saber qual o papel da religião na vida dos políticos e da falta de necessidade individual de impô-las. “Tem igreja de bairro que negocia os votos do candidato em horário de culto. A Igreja católica atualmente adotou uma postura em que o religioso que quiser disputar uma eleição tem que se afastar para disputar eleição”, disse.

O vereador Américo de Deus (Rede-SE), disse que a Câmara carecia de debates sobre o assunto. “O abuso religioso é que está desmistificando a próprio crer da pessoa e saber que esse Jesus Cristo nos dá a oportunidade de crescer com os ensinamentos de Deus. Mas não é pelo poder que você tem é pela sua capacidade de absorção dos seus ensinamentos”, opinou.

Em seu discurso, Cabo Didi (Sem Partido) ressaltou que 90% da população brasileira é cristã e manifestou seu desejo de que a bancada evangélica aumentasse para defender as famílias. “Concordo com o senhor no sentido que um pastor, por exemplo, se afaste para disputar uma eleição”, pontuou.
Para Emília Corrêa (Patriota- SE) falar da importância política a igreja pode, o que não pode é falar de partidos. “Uma solução é boa desincompatibilização das igrejas. Uma preocupação minha é com relação a compra e venda de votos. Principalmente os pastores não deveriam ser candidatos, nem usar o púlpito como palanque”, opinou.

Contribuindo com o debate, Dr. Manuel Marcos (PSDB-SE) disse ser cristão é algo muito simples: caridoso e ter coração aberto. “Não podemos permitir lavagem cerebral”, disse. Por fim, Fábio Meireles (Sem partido) parabenizou o promotor de justiça pelo estudo e que respeita seu posicionamento, mas que discorda em alguns pontos. “Temos que tomar cuidado de cercear o direito da Igreja se posicionar na campanha. Não por um candidato A ou B, mas em mostrar qual o lado, o que está acontecendo”, frisou.



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