Saúde


Sem licitação, campanha que defende interrupção de isolamento vai custar R$ 4,8 milhões ao governo


Publicado 27 de março de 2020 às 12:06     Por Yasmin Garrido / BNews     Foto Antonio Cruz / Agência Brasil

A campanha publicitária para defender a tese do isolamento vertical, proposta pelo presidente de Jair Bolsonaro (sem partido), com o slogan “O Brasil Não Pode Parar”, vai custar R$ 4,8 milhões aos cofres públicos e, por ter sido classificada como contratação emergencial, teve dispensa de licitação, sendo produzida pela agência iComunicação.

O mecanismo, no entanto, não é ilegal. Mas, em meio à pandemia e às medidas de contenção do novo coronavírus (covid-19), o vídeo trata exatamente do contrário. A Secretaria de Comunicação avaliou três propostas e o martelo foi batido pelo filho do presidente, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, já que o Secretário Fabio Wajngarten, diagnosticado com Covid-19, ainda não voltou totalmente à ativa.

O governo federal pretende colocar a campanha no ar, neste sábado (28), apesar de o vídeo já ter sido compartilhado nas redes sociais do senador Flávio Bolsonaro (sem partido). A peça central é um vídeo em que um narrador menciona categorias profissionais e enfatiza que o país não pode parar por eles.

“Para os pacientes das mais diversas doenças e os heroicos profissionais de saúde que deles cuidam, para os brasileiros contaminados pelo coronavírus, para todos que dependem de atendimento e da chegada de remédios e equipamentos, o Brasil não pode parar. Para quem defende a vida dos brasileiros e as condições para que todos vivam com qualidade, saúde e dignidade, o Brasil não pode parar”, diz trecho da campanha.

No Instagram oficial do governo federal uma publicação que diz: “Para todos os demais, distanciamento, atenção redobrada e muita responsabilidade. Vamos, com cuidado e consciência, voltar à normalidade”, o que é desaconselhado pelas principais autoridades sanitárias do mundo.



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