Política
STF suspende trecho da lei de improbidade administrativa e apenas atos graves vão gerar perda de direitos políticos
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, suspendeu trecho da lei de improbidade administrativa. Com a decisão ficou estabelecido que apenas atos graves podem gerar a suspensão dos direitos políticos de condenados pelas irregularidades.
A decisão é temporária e está alinhada com o projeto que altera a lei de improbidade administrativa. O texto já foi aprovado pelo Senado e deve ser votado na próxima semana pela Câmara dos Deputados.
O pedido para a suspensão foi feito pelo PSB, que defende que a suspensão de direitos políticos prevista na lei ficasse restrita a atos intencionais, não tendo validade para atos culposos.
De acordo com a legenda, a perda dos direitos políticos é uma “sanção excepcionalíssima”, e só deve ser aplicada para atos dolosos (intencionais) de improbidade administrativa que configurem lesão ao erário e enriquecimento ilícito.
O ministro concordou com o partido em sua decisão. “O Constituinte, diante do passado ditatorial, esmerou-se em assegurar e potencializar a plena participação política dos cidadãos. As exceções foram taxativamente abordadas, de modo que a regra seja o pleno exercício dos direitos políticos”, disse.
Ainda segundo o ministro, “independentemente do tempo de suspensão [dos direitos políticos], a mera aplicação dessa penalidade, a depender da natureza do ato enquadrado, afigura-se excessiva ou desproporcional”.
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