Política
‘Vamos trabalhar para melhorar ou vetar’, diz Alessandro Vieira sobre PLN que regulamenta orçamento impositivo
Senador pelo Cidadania de Sergipe, Alessandro Vieira afirmou que vai trabalhar para melhorar ou vetar o Projeto de Lei do Congresso Nacional 4/2020 (PLN 4/2020), de autoria do Executivo, que trata da regulamentação de recursos no orçamento impositivo. O texto foi aprovado na Comissão Mista de Orçamento (CMO), na quarta-feira (11), e agora segue para o Plenário.
A proposta altera o artigo 66 da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO – Lei 13.898) para determinar que, na execução de emendas, o relator-geral ou comissão do Congresso somente serão atendidos pelo governo quando a iniciativa parlamentar reforçar dotação original proposta pelo Executivo — e apenas em relação ao montante que foi acrescido.
“Agora, a gente vai fazer a discussão no Plenário para tentar melhorar, e, se for possível, derrubá-lo, vetá-lo. Porque em nosso entendimento são prejudiciais à gestão pública”, disse o parlamentar ao AjuNews.
O projeto tem sido motivo de polêmica no Congresso. Na terça-feira (10), ocorreram várias reuniões na tentativa de um acordo. A reunião da CMO chegou a ser suspensa, mas, a reunião foi retomada, nesta quarta, e o projeto foi aprovado.
Ainda na quarta, um grupo formado por deputados e senadores da base do governo, de oposição e independentes, liderados pelo senador Alessandro, entregou uma carta ao secretário-executivo da Casa Civil da Presidência da República, general Sérgio José Pereira, com o pedido para que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) retire da pauta do Congresso.
“O presidente tem responsabilidade neste processo. O presidente é autor do PLN 4. Se ele, nas redes sociais e para sua base, fala que é contrário, o mecanismo público é simples, retire esse projeto. É isso que estamos cobrando ostensivamente. Este grupo está mostrando, e ele tem parlamentares de todos os campos ideológicos, esquerda, direita, opositores, filho do presidente. A presidência da República precisa trabalhar para o Brasil e não para seus interesses próprios”, disse o senador de Sergipe na ocasião.
Crédito
A CMO também aprovou na quarta o PLN 3/2020, projeto que diminui o valor total das emendas do relator-geral do Orçamento, transformando-as em despesas a cargo do Executivo, e abre crédito suplementar de R$ 6,47 milhões para ações do Ministério da Saúde no Amapá. De iniciativa do Poder Executivo, o projeto teve parecer favorável do deputado Domingos Neto (PSD-CE), que também foi o relator-geral do Orçamento.
A proposta transforma R$ 9,6 bilhões, provenientes do valor total das emendas impositivas apresentadas pelo relator-geral, em gastos discricionários (que o Executivo pode escolher executar ou não). O projeto também cancela outro bloco dessas emendas para reforçar despesas atualmente já classificadas como discricionárias.
Leia os termos de uso