Política


Vereadores de Aracaju repudiam cortes de verbas para assessorias


Publicado 01 de abril de 2020 às 08:20     Por Peu Moraes     Foto Peu Moraes / AJuNews

Os vereadores Jason Neto (PDT) e Cabo Amintas (sem partido) manifestaram repúdio a suspensão por 30 dias da Verba para Atividade do Exercício Parlamentar (VASP) anunciada pelo presidente da Câmara Municipal de Aracaju (CMA), Josenito Vitale, mais conhecido como Nitinho (PSD), no último dia 28 de março.

Para os parlamentares, a postura do vereador Josenito foi autoritária, insensata e inconsequente porque deixa sem salários cerca de 20 profissionais da imprensa em meio à toda essa crise provocada pela pandemia do coronavírus (covid-19). Como retaliação aos cortes nos vencimentos dos jornalistas, os parlamentares tentaram devolver os carros locados pela CMA e colocados à disposição dos vereadores.

“Ao contrário do que Nitinho prega, os vereadores continuam trabalhando e precisando das suas assessorias. Por exemplo, Jason Neto precisou de pareceres jurídicos para dois projetos a serem encaminhados à Prefeitura de Aracaju”, explicou o vereador Jason.

O vereador Cabo Amintas disse que vai “cortar na própria carne” para manter os salários de toda sua equipe de comunicação. Amintas afirmou que vai completar os pagamentos com recursos próprios e declarou apoio aos jornalistas. “Tentei devolver o veículo que fica à disposição da minha equipe, mas dono da locadora apresentou como sugestão inicial que eu fosse entregar o veículo em Cumbe, onde fica a sede da empresa, vê se pode isso? Jornalistas, radialistas, contem sempre com o meu apoio”, ressaltou.

Em nota divulgada, no domingo (29), o Sindicatos dos Jornalistas de Sergipe destacou que recente decreto estadual apontou a atividade jornalística como essencial, sobretudo durante a pandemia da covid-19, por isso, “não há motivos reais para que os 20 profissionais sejam dispensados”. O sindicato solicitou que parte do ato administrativo seja revogado mediante a proposta única em garantir a esses profissionais de atividade essencial, a continuidade produtiva e a consecutiva remuneração.

Diante da repercussão, o chefe do Legislativo Municipal divulgou nota informando que não houve demissão e que apenas cortou por um mês a verba. “Foi declarada Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional, pela Organização Mundial de Saúde. Estamos vendo o crescimento dos casos do Coronavírus, inclusive com mortes. É uma pandemia que está atingindo a população mundial de forma simultânea e nós, enquanto parlamentares e representantes diretos do povo, temos que fazer a nossa parte”, comentou o presidente da Casa.

Segundo o chefe do Legislativo Municipal, um dos motivos para a tomada da decisão foi a suspensão das sessões da Câmara, desde o dia 18 de março. “Se as sessões estão suspensas, qual justificativa devemos dar a população em geral, para manter a Vaep?”, disse Josenito. “Adotamos essa medida para evitar a propagação do vírus, para preservar a saúde dos vereadores, servidores, estagiários, terceirizados e público externo que costuma acompanhar presencialmente as sessões da Câmara”, comentou Nitinho.

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