Saúde


Mensalidades dos planos de saúde vão subir até 35% em 2021


Publicado 28 de dezembro de 2020 às 13:22     Por Fernanda Sales     Foto Arquivo/ Agência Brasil

As mensalidades dos planos de saúde podem aumentar até 35% em 2021. O percentual é uma estimativa do portal Uol para o reajuste previsto para 2021 somado à alta aprovada para 2020, mas que só será cobrada a partir do mês que vem.

De acordo com o Uol, em razão da pandemia do novo coronavírus, a Agência Nacional de Saúde (ANS) suspendeu o reajuste de 8,14% sobre os planos individuais e de 15% sobre os planos coletivos (que abarcam 81% dos usuários) que seria aplicado este ano.

Ficou decidido que o aumento que valeria para setembro, outubro, novembro e dezembro será cobrado em 12 parcelas a partir de janeiro no ano que vem, mês em que o reajuste de 8,14% (planos individuais) e 15% (coletivos) também passará a valer.

Nos cálculos, os planos coletivos têm a expectativa de aumento total de 35%, segundo a reportagem, a partir de janeiro, o usuário terá de pagar os 15% do reajuste médio suspenso em 2020. Também a partir de janeiro, ele pagará a primeira das 12 parcelas do aumento que deixou de ser cobrado entre setembro e dezembro, um acréscimo equivalente a 5% ao mês sobre o valor pago hoje.

Os planos também reajustarão a mensalidade em 2021, aumento que costuma ser acrescido ao boleto na data de aniversário de contratação do plano. O site considerou a repetição do reajuste médio deste ano (15%), o mesmo de anos anteriores, segundo o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor). Ou seja, um usuário de 34 anos, que paga cerca de R$ 393 de plano, segundo tabela da ANS, chegará ao final do ano que vem desembolsando aproximadamente R$ 530, acréscimo de R$ 137, ou 35%.

Já a expectativa para o aumento dos planos individuais é de 18,9%. Ou seja, a partir de janeiro, o usuário terá de pagar os 8,14% do reajuste suspenso em 2020. Também a partir de janeiro, ele pagará a primeira das 12 parcelas do aumento que deixou de ser cobrado entre setembro e dezembro, um acréscimo equivalente a 2,71% sobre o valor pago hoje.

Como os planos também reajustarão a mensalidade em 2021 no aniversário de contratação do plano, o site considerou a repetição do reajuste deste ano (8,14%), embora a média de aumento tenha sido de 9,9% nos últimos 10 anos. Por exemplo, um usuário de 34 anos, que paga em média R$ 458 de plano, segundo tabela da ANS, chegará ao final de 2021 desembolsando aproximadamente R$ 544, acréscimo de R$ 86, ou 18,9%.

Cancelar o aumento
Insatisfeitos com o reajuste aplicado este ano, o Idec se uniu à Defensoria Pública e pediu à ANS que abra os dados financeiros do setor para comprovar a necessidade de parcelar o aumento de 2020 ao longo do ano que vem. Em outubro, o Idec também pediu na Justiça o cancelamento de todos os reajustes repassados entre março e agosto.

A justificativa é a lucratividade das operadoras durante a crise sanitária, que já chega a R$ 29,8 bilhões entre março e setembro, de acordo com o último boletim da agência. No período, as empresas receberam de seus segurados um total de R$ 101,3 bilhões em mensalidades, mas repassaram R$ 71,5 bilhões a hospitais e clínicas.

O que dizem ANS e planos
Segundo a ANS, ela fez o possível ao adiar o reajuste deste ano e “diluir o pagamento” em 2021 a fim de “minimizar o impacto aos beneficiários e preservar os contratos”. A agência diz em nota que o reajuste respeitou as despesas de 2018 e 2019, “período anterior à pandemia”, e que a redução da oferta de serviços médicos só será percebida “no reajuste referente a 2021”.

É também o que defende a FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), que reúne os 16 maiores planos. Para a entidade “não faz nenhum sentido” suspender os reajustes “definidos pela ANS” em função de resultados financeiros, “que são parciais, registrados por algumas operadoras na pandemia”.



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