Saúde


Ministério da Saúde corta R$ 12 mi de recursos destinados ao tratamento da diálise


Publicado 15 de junho de 2020 às 17:23     Por Dhenef Andrade     Foto Marcelo Camargo / Agência Brasil

O Ministério da Saúde suspendeu o repasse de ao menos R$ 12 milhões de recursos para diálise entre os meses de março e abril. Com menos dinheiro e mais demanda, clínicas conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), que dependem da verba, não tem conseguido atender todos os pacientes e sofrem com a falta Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs) contra o novo coronavírus (covid-19). Aproximadamente 3.000 pessoas aguardam na fila para realizar o tratamento.

Segundo o jornal Folha de São Paulo, nesta segunda-feira (15), o corte milionário foi feito porque uma portaria do Ministério da Saúde estabeleceu que durante 90 dias a transferência de recursos para os estabelecimentos de saúde seriam baseados na média dos gastos dos últimos 12 meses. A pasta entendeu que ocorre um gasto reduzido em alguns hospitais em meio a pandemia, já que deixaram de fazer cirurgias eletivas.

As clínicas de diálise sofreram o movimento inverso. Algumas chegaram a dobrar a capacidade de atendimentos, como no estado do Paraná, em que apenas duas clínicas, os cortes já chegam a quase R$ 1 milhão. Já em São Paulo, apenas três clínicas somam mais de R$ 300 mil a menos nos caixas.

De acordo com dados do próprio Ministério da Saúde, só 8,75% dos municípios têm a tecnologia que simula a função dos rins. Para piorar, quase metade (47,5%) das 29.849 máquinas estão no Sudeste. Procurado, o Ministério da Saúde afirmou que busca garantir a assistência adequada aos pacientes que precisam continuar o tratamento com diálise e hemodiálise. “Os atendimentos poderiam ter alguma queda, o que impactaria no valor a ser recebido pelas instituições. Ou seja, a medida visa evitar perdas e garantir a continuidade do tratamento”.

A diálise é um procedimento que funciona como uma substituição artificial dos rins. O procedimento é realizado principalmente por clínicas financiadas pelo SUS.



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