A pandemia de covid-19 provocou a diminuição em 57% nas notificações de hanseníase no Brasil em 2021. Até o momento, foram registrados 12.045 novos casos da doença, segundo um levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) com base em dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde.

Segundo a médica assessora do Departamento de Hanseníase da SBD, Araci Pontes Aires, o resultado não considera, porém, os números totalmente fechados do ano passado. O ministério deverá divulgar somente a partir de março ou abril deste ano os dados completos. Isso significa que os casos apurados em 2021 ainda poderão mudar nos próximos dois meses.

De acordo com a médica, em 2019 houve 28,8 mil notificações da doença, já em 2020, esse número caiu quase 40%. “Isso é muito preocupante, pelo fato de a hanseníase ser uma doença crônica, que permanece endêmica no nosso país, com média de 28 mil casos nos últimos três anos antes da pandemia [2017, 2018, 2019]”, ressaltou a dermatologista.

Regiões
A hanseníase é uma doença relacionada ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) das regiões. Por este motivo, as regiões Norte, Nordeste e alguns estados do Centro-Oeste costumam ter maior índice de casos. Dados da SBD revelam que o maior número de casos novos identificados na última década ocorreu na Região Nordeste (43% do total), seguida do Centro-Oeste, com 20% dos casos; Norte (19%); Sudeste (15%); e Sul (4%).

Com informações da Agência Brasil*