Saúde


Sergipe tem o primeiro bebê doador de órgãos


Publicado 20 de junho de 2021 às 16:22     Por Fernanda Sales     Foto Marcello Casal Jr./ Agência Brasil

O estado de Sergipe tem o primeiro bebê a se tornar doador de órgãos. A Organização de Procura de Órgão (OPO) e a Central Estadual de Transplante de Sergipe (CET-SE), que é de competência da Secretaria de Estado da Saúde (SES), acompanharam todo o processo da doação de órgãos do bebê de um mês e sete dias, cujo nome e as causas da morte não serão divulgadas.

“Essa foi a primeira captação de um doador tão jovem, apenas um mês e sete dias. Essa família, mesmo diante da dor da perda, deu a oportunidade de que outras vidas fossem salvas”, disse a coordenadora da OPO, Janaina de Almeida Santos.

De acordo com a SES, desde o momento em que a OPO recebeu a notificação, no dia 14, de que se tratava de um caso considerado Glasgow 3, ou seja, quando o paciente não abre os olhos, não mexe ou reage a estímulos que as entidades vinham monitorando. Nesses casos, há uma probabilidade de morte encefálica, então, a OPO acompanha e orienta a equipe até o fechamento do protocolo de confirmação.

O coordenador da CET-SE, Benito Oliveira Fernandez, informou que o doador anterior com menos idade tinha sete anos. Ele destaca que os casos que envolvem a morte de filhos (as) geralmente são mais complicados de agenciar junto às famílias, pois, invertem a ordem ‘natural’ da vida. “É uma situação bastante delicada, por isso, é preciso muito cuidado e atenção na conversa com eles. Apesar da dor imensurável da perda do filho, esse jovem casal teve a preocupação em evitar que outros pais passassem por essa dor. Em uma atitude de extrema solidariedade, autorizaram a doação dos órgãos do bebê. Nossa expectativa é que esse ato sirva de exemplo para toda a sociedade sergipana”, afirmou.

O pequeno doador estava internado no Hospital São Lucas e a conclusão do protocolo que confirma a morte encefálica aconteceu no último dia, 16. “Trata-se de um processo muito seguro que envolve testes clínicos e de imagem. O Brasil é exemplo em segurança no diagnóstico de morte encefálica. O exame clínico é feito por dois médicos, é realizado um eletroencefalograma e também uma série de outras avaliações confiáveis são efetivadas”, explica o coordenador da CET/SE.

“Quando fomos informados sobre o término do protocolo, orientamos que fosse marcado um horário para conversar com a família. A OPO acompanhou a conversa da médica com os familiares, informamos que o bebê era um provável doador de múltiplos órgãos porque ele teve a morte encefálica, mas o coração continuava funcionando”, explica Janaína.

Todos os resultados dos testes são encaminhados para o Sistema Nacional de Transplantes. A OPO e a Central de Transplantes de Sergipe ficam aguardando a nacional avisar que localizaram um receptor compatível, que nesse caso, por ser o doador um bebê, precisa possuir características semelhantes.



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