Turismo
Gestão politizada do Turismo em Sergipe faz setor perder R$ 170 milhões em 5 anos
Antes da pandemia do novo coronavírus (covid-19) estacionar o setor turístico, Sergipe já enfrentava dificuldades quanto a gestão dos recursos direcionadas à pasta. As sucessivas trocas no comando da secretaria de Turismo (Setur) associadas a politização do cargo fizeram o estado perder a chance de utilizar R$170 milhões para movimentar a cena turística local. As informações foram publicadas pelo portal F1, nesta terça-feira (15).
A verba seria fornecida por meio de empréstimo firmado com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no mandato de Jackson Barreto (MDB), em 2013, após a morte do então governador Marcelo Déda.
O acordo com o banco, iniciado no governo do então petista em 2007, previa a destinação de 60 milhões de dólares em financiamento, a juros quase zerados, mais 40 milhões da moeda americana em contrapartida do Governo de Sergipe, dentro do Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur). O dinheiro serviria para o investimento no turismo de praias, ecoturismo e o turismo cultural na área da Costa dos Coqueirais e na área do rio São Francisco.
A ideia, que foi conduzida pela equipe de Élber Batalha, à frente da Setur, e também incluía um plano vasto de marketing e promoção do setor como: recuperação e modernização de circuitos culturais, museus, centros de cultura, locais panorâmicos e mercados de artesanato tradicional, além da demarcação e proteção de ecossistemas de dunas e estuários.
O andamento do projeto, no entanto, foi prejudicado pela sequência de trocas no comando da pasta e o contrato com o BID foi encerrado, em 2018, sem a concretização do plano inicial. Durante a validade do acordo, além de Batalha, cinco secretários passaram pela pasta: Adilson Júnior (2014-2016), Saulo Eloy (2016), Fábio Henrique (2017-2018), Cincinato Júnior (2018) e Manelito Franco (2018-2019).
Atualmente, Ricardo Salles é o escolhido de Belivado Chagas (PSD) para comandar Setur. Segundo Salles, sua chegada à pasta em 2019 não possibilitou a tentativa de um novo prazo ou acordo com o banco pois o recurso já estava disponível há cinco anos. O secretario também alega que desconhece motivos que levaram antecessores a não aplicarem o dinheiro. Quem sofre são os empresários e trabalhadores do Turismo de Sergipe, que diante da crise, se veem prejudicados.
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