Justiça


‘Não sei de nada’, diz Toffoli ao ser questionado sobre ato do dia 15 a favor de Bolsonaro


Publicado 09 de março de 2020 às 17:12     Por Redação AjuNews     Foto Marcelo Camargo / Agência Brasil

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), José Dias Toffoli, preferiu não comentar a iniciativa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de convocar a população para manifestações pró-governo marcadas para o próximo domingo (15). Os atos apresentam, entre outras pautas, ataques ao Congresso e ao Judiciário, inclusive, nas redes sociais, há algumas convocações de caráter autoritário, que pedem o fim do Legislativo e do Supremo Tribunal Federal. As informações são do jornal Folha de São Paulo e publicadas nesta segunda-feira (9).

“Não sei de nada”, afirmou Toffoli, após discursar na abertura do 21º Congresso Internacional de Arbitragem Marítima, no Rio de Janeiro. Durante seu discurso, Toffoli afirmou, no entanto, que a função da Justiça é de pacificação de conflitos. “A função última do Poder Judiciário é promover a pacificação social. É necessário que a sociedade também atue de forma cooperativa”, disse Toffoli. O presidente do STF disse ainda que “o Brasil tem orgulho de sua magistratura e de seu Judiciário”. Presente no Congresso, o também ministro do STF, Luiz Fux, também se recusou a comentar e alegou que só comentaria sobre assuntos relacionados ao encontro.

A polêmica surgiu após Bolsonaro pedir que a população participe das manifestações programadas para o próximo dia 15 de março e afirmar que político que tem medo de rua não serve para ser político. A declaração foi dada em Boa Vista, Roraima, para cerca de 400 pessoas, entre autoridades políticas roraimenses e simpatizantes. O presidente ainda afirmou ainda que o movimento quer mostrar que quem norteia o Brasil é a população. “É um movimento espontâneo, e o político que tem medo de movimento de rua não serve para ser político. Então participem, não é um movimento contra o Congresso, contra o Judiciário. É um movimento pró-Brasil.”

Diante disso, parlamentares da oposição decidiram reforçar a ação contra o acordo feito entre governo e Congresso na semana passada em torno da execução do Orçamento. A fala de Bolsonaro foi alvo de críticas de figuras como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), do líder da oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) e do presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz.Na última semana, após um entendimento entre Palácio do Planalto e parlamentares, o Congresso manteve vetos de Bolsonaro ao chamado Orçamento impositivo, que ampliaria em R$ 30 bilhões a fatia de recursos sob poder de decisão de deputados e senadores.

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