Política
Ex-secretário de Rui Costa admite erro na compra de respiradores não entregues, mas nega fraude
O ex-secretário da Casa Civil do governo da Bahia, Bruno Dauster, comentou sobre a acusação de ter participado de um esquema fraudulento que culminou na compra de R$ 48 milhões em respiradores que nunca foram entregues ao Consórcio Nordeste.
Em entrevista à TV Bahia, afiliada da Rede Globo, ele disse que vai processar Paulo de Tarso por ele ter afirmado a mesma emissora que o ex-secretário de Rui Costa, presidente do Consórcio Nordeste, recebeu dinheiro ilícito.
“Eu nunca recebi dinheiro ilícito da Hempcare em nenhuma das transações comerciais ou projetos especiais ou não especiais de que eu tenha participado. Como é do seu conhecimento, eu coordenei, antes da pandemia, todos os projetos na Bahia. Eu sempre tive minha vida pautada na honestidade e transparência, quando esse senhor faz essa afirmativa sem nenhuma base para fazê-lo”, disse Dauster.
Paulo de Tarso é um empresário sócio da Biogeoenergy, empresa que fabricaria os equipamentos. Ele declarou que gastou com insumos os cerca de R$ 24 milhões que recebeu de Cristiana Prestes, a dona da Hempcare, que intermediou o processo. Paulo de Tarso afirmou que não devolverá o valor investido.
Ainda à Rede Bahia, o ex-secretário explicou por que pediu demissão: “Primeiro por quê eu não precisava de ter foro privilegiado, porque não cometi nenhum ato ilícito ou nada que pudesse justificar que eu tivesse medo de alguma ação na Justiça. Se tivesse, eu não tinha pedindo nunca para perder o foro privilegiado, que é especial. Em segundo lugar, não queria que fosse politizada essa questão. Eu pedi antes que meu nome fosse citado por qualquer outra pessoa, pois pedi no momento da abertura do processo”.
Bauster também afirmou que não conhece Fernando Galante e Cléber Isaac, apontados como intermediário na fraude, que teriam recebido R$ 12 milhões. “Não conheço nenhum. Nunca tinha ouvido o nome de Fernando Galante até o dia que apareceu essa notícia de que ele teria intermediado, e que eu posso garantir que ele não participou para nada, pelo menos que fosse do meu conhecimento. O mesmo vale para Cléber, a quem não conheço, nunca falei. Não os conheço e não sei que intermediação eles fizeram porque nunca me contactaram, e quem estava fazendo essa negociação foi eu. Eu acho isso muito estranho”.
Por fim, ele admite que pode ter cometido um erro, mas não uma fraude: “Para mim é um valor altíssimo, independente do contrato que nós teríamos. Eu imaginava que contratualmente havia sido prevista uma cláusula de garantia de seguro, mas definitivamente eu não verifiquei no contrato e não participei da assinatura. Mas não estou com isso tentando transmitir responsabilidade ou culpa para ninguém. Só diz que não errou quem mente. Eu posso dizer que acredito que posso ter cometido erros, e seguramente os cometi, porque o dinheiro ainda não foi devolvido. Agora, o fato de eu cometer um erro numa situação não deveria ser motivo para ilações caluniosas”, finalizou.
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