Política
Ex-funcionário de gabinete de Flávio na Alerj comprou terreno de Jair Bolsonaro em dinheiro vivo
O coronel da reserva Guilherme dos Santos Hudson, investigado no inquérito das “rachadinhas” como funcionário fantasma do antigo gabinete de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), pagou R$ 38 mil em dinheiro vivo na compra de um terreno vendido por Jair Bolsonaro (sem partido). Em valores corrigidos, hoje isso equivale a R$ 71 mil.
Segundo o jornal O Estado de São Paulo, os vendedores foram o hoje presidente e Ana Cristina Siqueira Valle, sua segunda ex-mulher. Eles haviam comprado o imóvel em 2003, e venderam pelo mesmo preço da compra. O terreno fica em um condomínio em Resende (RJ), onde Guilherme e Jair serviram na Academia Militar das Agulhas Negras. O condomínio piscina, spa, sauna, bar, salão de festas e campos de futebol.
A investigação das “rachadinhas” do Ministério Público do Rio de Janeiro indica que o coronel Guilherme dos Santos Hudson sacou R$ 15 mil em dezembro de 2019, o equivalente a 74% do que recebeu nos dois meses em que esteve no gabinete de Flávio. Isso, segundo o MP, corrobora que ele repassava valores aos seus chefes.
Já a investigação que cita possíveis funcionários fantasmas no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) atinge o coronel a reserva, um filho e duas noras.
Em dezembro de 2019, o Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc) inseriu na investigação uma tabela com saques feitos por parentes de Ana Cristina Siqueira Valle enquanto estavam lotados na Alerj. Eles retiraram 86% do que receberam, o equivalente a R$ 4 milhões.
Jair Bolsonaro e Ana Cristina Siqueira Valle estiveram juntos entre 1997 e 2008, e segundo a revista Época, adquiriram 14 imóveis, sendo cinco em dinheiro. Destes cinco, um foi vendido para o coronel Hudson.
Leia mais:
Família Bolsonaro fez várias doações em dinheiro vivo para suas próprias campanhas, diz jornal
Leia os termos de uso