Política
Governo planeja CadÚnico por aplicativo para reduzir papel dos municípios no Bolsa Família, diz site
O governo federal planeja esvaziar o papel dos municípios no cadastro de novos beneficiários do Bolsa Família, para reduzir custos com políticas de proteção social. Segundo documentos obtidos pelo UOL, o Ministério da Cidadania pretende priorizar o autocadastramento de beneficiários no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).
O autocadastramento se daria por um aplicativo de celular, assim como no auxílio emergencial. O Ministério da Cidadania, segundo o portal, teria utilizado justificativas como “reduzir custos de transferência de renda” e “mudar paradigma de programas assistenciais para programas de aumento da renda”. Ao todo, 77 milhões de famílias estão cadastradas.
Também se fala internamente em combate a supostas fraudes, ara evitar pagamentos indevidos do Bolsa Família. Hoje, as famílias são incluídas em programas sociais por meio de órgãos públicos como o Centros de Referência de Assistência Social (Cras). Elas são entrevistadas com um questionário por servidores públicos treinados, que pedem informações econômicas e de moradia, além de dados pessoais.
As informações também são usadas para nortear políticas estaduais e locais. Segundo especialistas, a utilização de aplicativos online pode dificultar boa parte do público que recebe tais ajudas, que sofrem com alguns problemas de analfabetismo e de acesso à internet.
A ideia também é integrar serviços de pagamento digital, como o PIX, e um sistema de oferta de vagas de emprego com as redes sociais como ponte para portais de vagas.
O aplicativo já estaria em fase avançada de implantação, contando com design e conclusão já definidos. O Ministério da Cidadania informou ao UOL que só irá se manifestar após o lançamento do novo CadÚnico.
A Secretaria Nacional do Cadastro Único é comandada pela oficial de inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Nilza Emy Yamasaki. Já a Secretaria de Avaliação e Gestão de Informações é liderada pelo delegado da Polícia Federal, Marcos Paulo Cardoso Coelho da Silva.
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