O Ceará é o único estado que terá a maioria dos prefeitos de esquerda, a partir de 2021. Em quase todo o país, os partidos de esquerda perderam prefeitos nessas eleições. Já em onze estados, a maioria de chefes dos executivos municipais estão filiados a siglas de direita. As informações são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e foram analisadas pelo site Metrópoles.

O movimento vem na linha de guinada à direita do eleitorado que se iniciou em 2016 com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Além do Ceará ser governado por Camilo Santana (PT), o estado também é o berço do ex-candidato à presidência da república Ciro Gomes (PDT). Os dois fatores pesam para a força dos partidos de esquerda no local, que em uma coalizão conseguiu eleger José Sarto (PDT) como prefeito da capital do estado, Fortaleza.

“O Ceará é cartão de visitas de Ciro e, portanto, do PDT. Logo, é natural o esforço e o foco do partido naquele estado”, apontou o advogado e cientista político Rafael Favetti, em entrevista ao site. Para ele, entretanto, é necessário fazer uma ressalva: “Eleger o prefeito da capital contra um candidato abertamente de oposição à aliança que os Gomes costuraram não é um fato que podemos dizer que foi uma vitória no sentido de uma conquista a mais. Se perdessem, sim, seria uma derrota”, avaliou.

De acordo com a publicação, o sucesso da esquerda no estado não está contido no PDT. O PT conseguiu aumentar o número de prefeitos no estado. Foram 15 eleitos em 2016 e 18 em 2020. O movimento está na contramão do observado em nível nacional, no qual a sigla teve uma perda líquida de 71 mandatários e não conseguiu fazer sequer um prefeito de capital.

Dos 26 estados que tiveram eleições municipais neste ano, apenas em seis o partido do mandatário estadual perdeu prefeitos. Em cinco deles, o partido é de esquerda. O único caso em que isso aconteceu com a direita foi com o PSL em Roraima.

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