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Eleições 2020: Centrão cresce, PT encolhe e PSol surpreende na disputa eleitoral


Publicado 16 de novembro de 2020 às 11:43     Por Fernanda Sales     Foto José Cruz / Agência Brasil

Apesar das eleições deste ano serem marcadas pela pandemia do novo coronavírus, muitas mudanças no cenário político do país foram identificadas já no primeiro turno das eleições municipais. O PSol e o PDT ganharam força junto à esquerda, com o PT enfraquecido. Já o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus aliados tiveram resultados abaixo do esperado, com diminuição do apelo da chamada “antipolítica”. A novidade nessas eleições foi para o bloco de partidos de centro, que surgiu como uma alternativa à polarização desenfreada de 2018, com destaque para o DEM, que elegeu três prefeitos de capitais em primeiro turno. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (16) pelo site Metrópoles.

Segundo o jornal, uma das principais siglas de centro-direita do país, o Democratas (DEM) venceu em 3 das 25 capitais em que houve votação neste domingo (15). Logo atrás, empataram o PSDB e o PSD, ambos com duas vitórias confirmadas.

Com relação ao segundo turno, o MDB é a sigla que mais vai disputar prefeituras nas 18 capitais com votação a ser definida no próximo dia 29. São 7 cidades em que o partido é uma das duas opções dos eleitores.

Na contramão, o Partido dos Trabalhadores está em apenas duas disputas: em Recife e Vitória. O número é bem distante da realidade de 2016, quando o partido levou 7 candidatos para a definição em segundo turno. Apesar disso, o partido elegeu, em 2016, apenas um prefeito nas 100 cidades mais populosas do país. Agora, o PT está na disputa em 15 desses municípios: além das duas capitais, vai concorrer às prefeituras de Guarulhos (SP) e São Gonçalo (RJ).

Já em São Paulo (SP), o candidato Guilherme Boulos (PSol) surgiu como o grande nome da esquerda nestas eleições e vai disputar o segundo turno contra o atual prefeito, Bruno Covas (PSDB). Apoiado por Bolsonaro, o deputado federal Celso Russomanno (Republicanos) despencou nos últimos dias, conforme pesquisas de intenções de votos, e nesse domingo (15), ocupou o quarto lugar, com pouco mais de 10% dos votos válidos.

O candidato do (DEM) Eduardo Paes, no Rio de Janeiro (RJ), vai ao segundo turno contra o atual prefeito da cidade, Marcelo Crivella (Republicanos). Primos, João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT) travam a batalha pela prefeitura de Recife (PE), e, em Porto Alegre (RS), Manuela D’Ávila (PCdoB) conquistou 29% dos votos e vai ao segundo turno contra Sebastião Melo (MDB).

Manutenção de políticos
Em entrevista ao Metrópoles, o doutor em ciência política pela Universidade de São Paulo (USP) Humberto Dantas, afirmou que eleitor brasileiro fugiu da polarização política e preferiu candidatos com ideologias políticas mais ao centro. “Onde não há manutenção do mesmo grupo no poder, temos o retorno de gestões anteriores. Existe uma percepção de parcelas consolidadas de olhar para trás e dizer: ‘Essa gestão parece razoável de voltar’. Avalio que é um bom cenário de manutenção de políticos consagrados nas urnas e no poder”, explicou.

Já para o professor do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Brasília (ICS-UnB) Ricardo Caldas, o bom desempenho de figuras conhecidas da política nacional resulta, também, das dificuldades de campanha que tiveram os candidatos novatos concorrentes ao pleito.

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