Esporte


Trocas de e-mails mostram que Flamengo sabia de problemas elétricos no Ninho do Urubu, diz site


Publicado 09 de setembro de 2020 às 07:57     Por Eduardo Costa     Foto Reprodução

Trocas de e-mails mostram que o Flamengo sabia dos problemas nas instalações elétricas no Ninho do Urubu desde maio de 2018, nove meses antes do incêndio causado por um curto-circuito em um alojamento que matou 10 meninos da base do clube. Os e-mails foram revelados pelo Uol e mostram que responsáveis pelo Centro de Treinamento (CT) do Flamengo falavam em “não conformidades” das instalações.

No dia 10 de maio de 2018, um técnico de segurança do trabalho fez inspeção no local por conta de problemas na parte elétrica. No dia seguinte, responsáveis do Flamengo receberam um relatório técnico. Ele foi enviado por Wilson Ferreira, do departamento pessoal, a Luiz Humberto Costa Tavares (gerente de administração), Roberta Tannure (gerente de recursos humanos) e Douglas Silva (funcionário).

“A avaliação foi realizada na presença do Sr. Adilson, da empresa CBI, este indicado pelo Sr. Luiz Humberto [Gerente de Administração do Flamengo], sendo comprovado as não-conformidades e suas gravidades. Conforme a avaliação do Sr. Adilson e relatório anterior, a situação é de alta relevância e grande risco, ficando este de apresentar uma proposta ao Sr. Luiz Humberto para atendimentos emergenciais de alguns pontos: quadro elétrico [poste ao lado do refeitório], disjuntores e fiação no jardim, quadro elétrico atrás do alojamento da base”, diz o e-mail.

A mensagem trazia dez fotos que detalhavam problemas no quadro elétrico atrás do alojamento da base, onde aconteceu o incêndio. Mas o relatório afirmava ao final que as irregularidades não seriam tratadas no momento pois havia um plano de construção de um novo CT da base ainda em 2018. Ele jamais foi feito.

Em 12 de maio, o diretor executivo de administração do Ninho do Urubu, Marcelo Helman, recebeu o documento. Dias depois, segundo a reportagem, a empresa CBI enviou o orçamento de reparos em até 10 dias por R$ 8.550,00. A empresa chegou a emitir duas notas fiscais com cada metade do valor, mas o trabalho nunca aconteceu.

Em meio a isso tudo, ainda há uma quebra de braço entre as gestões Eduardo Bandeira de Mello (ex-presidente) e Rodolfo Landim (atual presidente). Integrantes da alta cúpula da gestão Bandeira de Mello afirmaram à matéria que não foram informados do caso, discurso repetido pelo ex-gestor do Flamengo em outros momentos.

Porém, membros da alta cúpula da gestão Landim criticaram ao Uol a postura da gestão anterior e falam que ao menos um diretor executivo do Flamengo sabia da situação no Ninho do Urubu. A diretoria ainda entende que os antigos gestores poderiam ter colaborado com informações, o que não aconteceu.



Os comentários não representam a opinião do portal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
Leia os termos de uso