Justiça


Transporte público “em colapso”: Setransp afirma que limitar passageiros traz prejuízos ao setor


Publicado 14 de maio de 2021 às 09:43     Por Fernanda Sales     Foto Divulgação / MPE

Após decisão liminar que limita em 50% o número de passageiros no transporte público da Grande Aracaju, e o uso de máscaras PFF2 pelos trabalhadores, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Aracaju (Setransp) informou que as empresas prestadoras do sistema integrado de transporte foram notificadas sobre a decisão, mas que haverá prejuízos à mobilidade dos passageiros e à sustentabilidade do serviço de transporte diante as imposições da liminar.

Em nota, o Setransp afirmou ainda que está buscando juntos aos órgãos gestores (SMTT e Prefeitura de Aracaju) as orientações quanto ao cumprimento da decisão, porém, junto a isso, estão adotando as medidas judiciais cabíveis para indicar os riscos que os colaboradores do transporte podem ser expostos com a limitação de público.

“O sistema de transporte público coletivo de Aracaju e da Região Metropolitana tem sido responsável, neste período, por em média mais de 100 mil deslocamentos diários. Para transportar apenas 50% da sua capacidade, conforme foi determinado em decisão liminar, sem que seja afetado o direito de ir e vir de cada cidadão, seria preciso no mínimo o dobro da frota atual de ônibus, atualmente com 500 veículos. Além disso, essa limitação de público durante o embarque/desembarque nos Terminais de Integração ou mesmo nos pontos de ônibus, sendo feita pelos motoristas, colocaria em exposição os trabalhadores do transporte ao risco de confronto com os passageiros”, destacou o sindicato.

Para o Setransp, apesar da oferta de ônibus estar em 100%, a demanda está entre 55% a 60% do seu habitual, mantendo portanto, queda de 45% do número de passageiros.

Rodoviários
Ainda de acordo com a nota, no setor de transporte público coletivo da Grande Aracaju, de março de 2020 a março de 2021, entre quase dois mil funcionários da linha de frente, a média de contaminação é de 0,5% mensal, o que equivale a nove pessoas por mês.

O Setransp também solicitou às Prefeituras e Secretarias de Saúde de Aracaju, Nossa Senhora do Socorro, São Cristóvão e Barra dos Coqueiros, a vacinação para o quanto antes dos profissionais do transporte que estão fazendo papel fundamental como linha de frente na pandemia atuando no serviço de transporte que serve como elo de ligação das pessoas entre os demais serviços essenciais.

“Quanto a notificação sobre a obrigatoriedade do uso da máscara descartável PFF2 pelos rodoviários, seria necessário pelo menos 120 mil unidades em um mês e um total de 960 mil máscaras até o final do ano – um investimento de no mínimo R$ 4,1 milhões. Neste caso, além da dificuldade que há para entrega de tal volume, essa aquisição pode gerar o risco de desabastecimento do serviço de saúde que de forma indispensável necessita desse EPI”, explicou.

Transporte em colapso
O sindicato ressaltou ainda que o serviço de transporte tem pedido socorro às autoridades governamentais, devido à falta de aporte extra tarifário neste momento de calamidade pública com a pandemia. “Cada vez mais se aumentam as possibilidades de se estabelecer um colapso e o serviço de transporte ser interrompido por falta de condições econômicas e isso prejudicar não somente a mobilidade das pessoas, mas todo setor produtivo da cidade que depende do transporte coletivo para os deslocamentos diários”, finalizou.

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