Coronavírus


Brasil ultrapassa as 200 mortes de grávidas e puérperas por complicações do coronavírus


Publicado 30 de julho de 2020 às 12:00     Por Eduardo Costa     Foto Ana Nascimento/MDS/Portal Brasil

O Brasil já tem 201 mulheres grávidas ou puérperas (que deram à luz há pouco tempo) mortas por conta da covid-19. Ao todo, até 14 de julho, foram notificados ao menos 1.860 casos em mulheres destes grupos. Os números divulgados pela Folha de S. Paulo são do Sivep-Gripe (Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe) e estão sendo compilados por um grupo de obstetras e enfermeiras de 12 instituições, entre elas, Fiocruz, USP, Unicamp e Unesp.

O Brasil tem, com isso, 77% das mortes de gestantes e puérperas pelo novo coronavírus no mundo. Das 160 mortes maternas associadas à covid-19 no mundo até julho, 124 foram no Brasil. Destas, 22,4% não tiveram acesso a um leito de UTI, e 36% nem sequer foram intubadas. Os Estados Unidos, país com mais óbitos gerais pelo novo coronavírus, tiveram apenas 35 mortes destes grupos no mesmo período.

Mesmo com números parciais, segundo a Folha, pesquisadores já estimam um grande salto na taxa de mortalidade materna brasileira em 2020. Por ano, normalmente, o Brasil registra cerca de 60 mortes de mulheres grávidas ou puérperas a cada 100 mil nascimentos.

As análises também fazem um recorte racial dos óbitos. Em 69 casos pesquisados, o risco de morte de mulheres negras foi de 17%, contra 8,9% de brancas. A pesquisa agora promete trazer dados mais detalhados sobre locais dos óbitos, perfis dos hospitais, acesso aos serviços, entre outros. A gravidez aumenta o risco de complicações pelo novo coronavírus, por conta da necessidade de ventilação mecânica e internação.

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