A prefeitura de Aracaju informou, nesta quarta-feira (8), que o Hospital de Campanha Cleovansóstenes Pereira Aguiar não vai mais receber pacientes com covid-19 após ser notificada pelo Tribunal Regional Federal da 5° Região. Atualmente, a capital sergipana registra 18.039 casos de pessoas diagnosticadas com a doença e soma 373 óbitos.

A Justiça atendeu pedido do Conselho Regional de Medicina de Sergipe (Cremese), e suspendeu a validade de 77 licenças médicas temporárias concedidas a profissionais interessados em trabalhar no enfrentamento à pandemia na unidade de saúde. Para o Executivo Municipal, a medida vai de encontro ao trabalho realizado pela gestão de garantir assistência à população aracajuana.

Com a decisão, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) terá que reduzir o quantitativo de leitos disponíveis, atualmente, no Hospital de Campanha de 102 para 60, deixando de atender 42 pacientes que necessitam de leitos de enfermaria no tratamento contra a covid-19.

Segundo a SMS, de imediato, as diretorias jurídica e clínica se reuniram para avaliar o impacto da decisão e organizar novas escalas de trabalho, a fim de não comprometer o atendimento na Unidade Hospitalar temporária, responsável pela recuperação de 157 aracajuanos dos 242 que necessitaram de internamento no local por conta da doença. Atualmente, o Hcamp dispõe de 102 leitos ativos e 47 pacientes internados.

Criado para operar com a totalidade de 152 leitos, o Hospital de Campanha passou a ofertar 102 no último sábado (4), obedecendo ação movida pelos Ministérios Públicos Federal, Estadual e do Trabalho, que autorizava a prefeitura a fazer contratação de médicos sem o Revalida. Com isso, 32 médicos estrangeiros com documentação provisória preencheram escalas de trabalho, permitindo a liberação de 42 leitos.

A SMS reforçou que a ação dos Ministérios Públicos Federal, Estadual e do Trabalho é fruto da observância de escassez de profissionais médicos. E, acrescentou que o fato pode ser comprovado por meio do chamamento público para contratação emergencial de profissionais médicos, aberto desde abril, e dos dois editais vigentes para contratação de médicos formados no Brasil.

Paralelo aos editais, chamamento e cumprimento da Ação judicial, o Cremese enviou uma lista para a SMS com 115 nomes aptos a trabalhar, no entanto, apenas 59 têm CRM emitido por Sergipe. Desses, oito profissionais demonstraram interesse. Ou seja, a lista de profissionais disponíveis defendida pelo Conselho de Sergipe não é suficiente para atender a demanda do Hospital de Campanha.

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