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Mais da metade das doses de vacina contra coronavírus já foi comprada por países ricos, diz ONG


Publicado 17 de setembro de 2020 às 13:22     Por Eduardo Costa     Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil

Um relatório da ONG Oxfam divulgado nesta quarta-feira (13) aponta que um grupo de países ricos, que representa cerca de 13% da população mundial, já comprou mais da metade das doses prometidas para a vacina contra o novo coronavírus. Os números foram trazidos após análise dos acordos entre as empresas que desenvolvem e fabricam as cinco principais vacinas, e na fase final de testes clínicos.

Segundo o diretor da Oxfam, Robert Silverman, “o desenvolvimento e a aprovação de uma vacina segura e eficaz é crucial, mas é igualmente importante garantir que as doses estejam disponíveis para todos. A covid-19 está em todos os lugares”.

A organização afirma que os laboratórios AstraZeneca, Gamaleya/Sputnik, Moderna, Pfizer e Sinovac devem produzir até 5,9 bilhões de doses. Destas, 2,7 bilhões, o equivalente a 51%, já foram compradas por Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido, Japão, Israel, Hong Kong e Macau.

O restante das doses está em poder (ou teve aquisição prometida) por países em desenvolvimento, como Brasil, China, Índia e México. A ONG pediu também uma chamada “vacina do povo”, distribuída de forma gratuita e de acordo com as necessidades de cada país.

“Isso só seria possível se as corporações farmacêuticas permitissem que as vacinas fossem produzidas compartilhando gratuitamente as patentes, em vez de proteger seus monopólios e vender em função da melhor proposta”, afirmou Robert Silverman.

Hoje, são nove vacinas sendo testadas em humanos em fase avançada. A China já afirmou recentemente que espera poder aplicar sua vacina, com as empresas Sinovac Biotech e Sinopharm, já a partir de novembro.

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