O Conselho Nacional de Procuradores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da União (CNPG) manifestou preocupação com os atos antidemocráticos do último domingo (19). O órgão, que reuni todos os chefes do Ministérios Públicos do Brasil, em nota pública, afirmou que as manifestações transbordaram o limite da liberdade de opinião.

“Como guardião constitucional do regime democrático, nos termos do artigo 127 da Carta Magna, cabe ao Ministério Público manter-se vigilante a qualquer iniciativa que signifique retrocesso institucional, rompimento da ordem democrática ou ameaça à independência dos Poderes e à Constituição Federal, único caminho para o desenvolvimento de uma sociedade livre, justa e solidária”, diz trecho do documento.

Na nota, o CNPG reforça que espera das autoridades públicas união e respeito em nome do bem maior que é a preservação da paz e da vida de todos os brasileiros, evitando polêmicas desnecessárias que possam gerar crises institucionais que possam comprometer as medidas de enfrentamento a crise do covid-19.

Durante o domingo, diversas cidades brasileiras registraram manifestações em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem  partido). Manifestantes também pediam pela intervenção militar e o fim de medidas de isolamento social. Em Brasília, Bolsonaro, sem máscara e descumprindo regras de distanciamento social, chegou a fazer um discurso incitando a população presente no local.

“Eu estou aqui porque acredito em vocês, vocês estão aqui porque acreditam no Brasil. Nós não queremos negociar nada, nós queremos ação pelo Brasil. O que tinha de velho ficou para traz. Acabou a época da patifaria”, disse o presidente em vídeo publicado nas redes sociais.

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