Polícia


Ronnie Lessa acusado de matar Marielle Franco diz que recebeu ajuda de Bolsonaro


Publicado 04 de março de 2022 às 18:25     Por Quesia Cerqueira     Foto Reprodução / TV Globo

Nesta sexta-feira (04), o policial militar reformado Ronnie Lessa, acusado de ser o executor da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, revela em sua primeira entrevista concedida à Veja, por meio de videoconferência, que já recebeu ajuda do presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com a reportagem, Lessa disse que já recebeu ajuda do presidente Jair Bolsonaro (PL) na época que perdeu sua perna. O caso ocorreu em 2009, quando Jair era deputado federal. 

Lessa disse que o então deputado federal intercedeu a seu favor junto à Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR), no Rio. À época, Bolsonaro era patrono da instituição.

O suporte prestado pela associação ao policial, com intervenção de Bolsonaro, garantiu uma prótese. No entanto, ele conta que usou o equipamento por pouco tempo, já que depois recebeu uma perna mecânica melhor usando o valor que recebeu de seguro. 

Ronnie Lessa é acusado de ser o autor dos disparos que atingiram o carro de Marielle Franco, matando a vereadora e seu motorista, Anderson Gomes. O caso aconteceu em março de 2018, no bairro Estácio, na Região Central do Rio. Atualmente, Lessa está preso na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

Ainda na entrevista, Lessa disse que apesar de ter recebido ajuda de Bolsonaro, não tem proximidade com o presidente e sua família. Segundo ele, foram poucas vezes que viu Bolsonaro, mesmo sendo seu vizinho no condomínio de alto padrão Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde a família do presidente tem casa.

Preso desde março de 2019, Ronnie Lessa continua defendendo sua inocência e diz e vítima de coincidências que o levaram à prisão como acusado de matar a vereadora Marielle Franco. Ele atribuiu a culpa pelo assassinato da parlamentar ao ex-capitão do Bope e suposto chefe do Escritório do Crime, Adriano da Nóbrega.

Lessa ainda tentou refutar uma das provas mais contundentes, que constam na denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro. Alega que a pesquisa por silenciador da submetralhadora HK MP5, que segundo a polícia foi utilizada no crime, na verdade, era por peças – outra coincidência, na versão dele – para uma réplica do armamento, só que calibre 22. Para o MP fluminense há elementos suficientes para uma possível condenação.

Fonte: Veja



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