Política
Após arroz, governo avalia ações para segurar preços de soja e materiais de construção
Após anunciar durante a semana que zeraria o imposto de importação sobre o arroz para evitar a pressão da inflação e segurar o aumento dos preços, o Governo Federal agora avalia ações sobre a soja e os materiais de construção. No caso da soja, a ideia é de zerar os impostos de importação, assim como no arroz. As informações são dos jornais Folha de São Paulo e O Globo.
No caso da construção civil, os insumos têm registrado aumento desde maio. Em agosto, por exemplo, o tijolo subiu 9,32%, enquanto o cimento ficou 5,42% mais caro. A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia vem monitorando a variação de preços.
Em comparação com agosto de 2019, segundo o IBGE, as vendas de materiais de construção só não cresceram mais que as de móveis e eletrodomésticos. Já entre julho e agosto de 2020, a inflação da construção civil subiu de 3,33% para 3,78%.
Já com a soja, a avaliação é de que a concentração de exportações para o mercado chinês pode prejudicar as indústrias brasileiras. A ideia é que os Estados Unidos possam fornecer soja ao Brasil temporariamente com o imposto menor, como já é feito com o Paraguai. Outros produtos como ração animal, carnes suínas e bovinas, e achocolatados também dependem da soja.
O governo planeja que a combinação entre preços elevados de alimentos no mercado externo e real desvalorizado estimule ainda mais a importação da soja, o que pode encarecer o produto. Por isso, se discute o corte no imposto em questão.
Segundo o Ministério da Economia, entre janeiro e agosto de 2020, as importações de soja cresceram quase 300% em valor e 307% em volume frente ao mesmo período de 2019. As exportações aumentaram cerca de 30%. Como o fim do segundo semestre é de entressafra, a isenção dos impostos de importação valeria até o final de 2020.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pediu recentemente atenção de auxiliares em seu governo com ações para a escalada de preços. Porém, o mesmo Bolsonaro nega que haja intenção de tabelamento ou intervenção no mercado.
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