O Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação da Universidade Federal de Sergipe (Sintufs) realizou na manhã desta terça-feira (24) uma manifestação contra a intervenção federal que nomeou a professora doutora Liliádia Barreto, do departamento de Serviço Social, ao cargo de reitora pró-tempore da UFS. O ato aconteceu no hall da Reitoria do Campus São Cristóvão.

Participaram da manifestação estudantes, professores e servidores da instituição. A nomeação aconteceu por meio do Ministério da Educação (MEC), que após o professor Valter Joviano. Ele liderava a lista tríplice para a reitoria da UFS, mas esta foi devolvida com pedidos de esclarecimento sobre supostas irregularidades no processo eleitoral.

“Foi feita uma consulta pública pelas entidades e foi eleito um candidato dentro da Universidade. Era essa a vontade da comunidade, pois a consulta pública respeita a igualdade entre todos da comunidade acadêmica. A gente esperava que o colégio eleitoral ratificasse essa vontade e que o eleito fosse votado”, afirmou na manifestação Juliana Cordeiro, coordenadora-geral do Sintufs.

A presidente do Conselho Regional de Serviço Social (CRESS), Maria Auxiliadora de Oliveira Rosa, criticou a escolha e afirmou que, mesmo que Liliádia faça parte do departamento de Serviço Social, a decisão não reflete o pensamento da categoria. A classe tem se mostrado contra a intervenção.

“Ditadura na Universidade Federal de Sergipe, não! Infelizmente nossa colega está colocando em xeque inclusive o perfil da categoria, que não é esse. Nós temos um projeto que referenda a democracia, a liberdade. A professora Liliádia, com todo respeito, não representa o que a categoria pensa. E tomamos como surpresa que ela aceitasse esse golpe na UFS”, declarou.

Luis Felipe Santos, presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFS, afirmou que é uma intervenção direta do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na instituição: “Sabemos que temos um candidato eleito pela comunidade, e que deveria ser empossado. Vimos uma tentativa de aplicação de projeto do desmonte da educação pública, e principalmente de controle ideológico e cerceamento da democracia”.

Currículo
Liliádia Barreto nasceu em Nilópolis, no Rio de Janeiro, e mora em Sergipe desde os nove anos. Ela graduou-se em Serviço Social na UFS em 1993, e também fez mestrado em Educação, em 2003. É doutora em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (IMS/UERJ) e possui especialização em Ensino na Saúde pela Fiocruz/Ministério da Saúde (2015), e em Educação e gerenciamento participativo (1997).

Atuando como docente na Graduação em Serviço Social desde 1994, quando ingressou como professora substituta, atua como Tutora Acadêmica do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde e como vice-coordenadora do Núcleo de Pesquisa e Ações para a Terceira Idade (Nupati).

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