Política


Menos de 1% dos candidatos no Brasil concentram 80% de fundo eleitoral e partidário na campanha, diz jornal


Publicado 26 de outubro de 2020 às 09:42     Por Eduardo Costa     Foto Fábio Pozzebom/Agência Brasil

Menos de 1% dos candidatos a prefeito e vereador em todo o Brasil concentram R$ 646 dos 807 milhões liberados de fundo eleitoral e partidário, o equivalente a 80% das verbas. Segundo levantamento da Folha de São Paulo, 0,8% dos postulantes, o equivalente a 4.600 nomes, receberam tais valores dos dois fundos. No total, pouco mais de 50 mil dos 550 mil candidatos receberam de ambos os fundos.

O prazo para que candidatos e legendas entreguem à Justiça Eleitoral prestações de contas parciais das campanhas acabou neste domingo (25). Os recursos devem ser passados até o dia da eleição, 15 de novembro. O candidato que mais recebeu recursos até agora é o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), com R$ 7,8 milhões declarados. Destes, foram R$ 5 mi do próprio PSDB e o restante de legendas da coligação.

Em seguida aparece Bruno Reis (DEM), vice-prefeito e candidato à sucessão de ACM Neto em Salvador. Ele recebeu R$ 7,7 milhões, sendo R$ 3,5 mi do DEM e o restante do fundo de outros partidos.

Entre os que receberam mais verba de forma exclusiva do partido, lidera o deputado federal João Campos (PSB), candidato a prefeito do Recife. Filho do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, ele embolsou R$ 7,5 milhões do fundo eleitoral do PSB, o equivalente a 7% de toda a verba destinada pelo partido no país.

Em seguida aparecem ex-ministro Alfredo Nascimento (PL), candidato a prefeito de Manaus, com R$ 6 milhões; Alexandre Kalil (PSD) em Belo Horizonte, com R$ 4,9 milhões; e Jilmar Tatto em São Paulo (PT), recebendo R$ 4,8 milhões.

Nos partidos, o DEM é o que lidera também nas campanhas de vereadores. O candidato a alguma Câmara Municipal que mais recebeu verbas partidárias no país é Milton Leite (DEM), com R$ 2,2 milhões, seguido por Anni Filho (PSL) com R$ 1,7 milhão. Ambos concorrem em São Paulo.

A maior fatia do fundo eleitoral é do PT, por ter a maior bancada no Congresso Nacional, com R$ 201 milhões. A maior concentração está no pequeno PMB, onde dos quase 3.000 candidatos pelo Brasil, apenas 40 receberam dinheiro público.

Ao total, em todo o Brasil, o levantamento indica que serão R$ 2,03 bilhões destinados pelo fundo eleitoral, e R$ 959 milhões do fundo partidário aos candidatos. Este último não é aplicado somente durante as eleições, mas serve também para outros gastos.

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