Esporte


Atletas da Ginástica Rítmica do Sergipe tem ano competitivo e mostram potência do esporte no estado


Publicado 03 de novembro de 2022 às 14:43     Por Dhenef Andrade     Foto Dhenef Andrade

O trabalho desenvolvido pela ex-ginasta Thalyta Almeida tem trazido frutos para Sergipe na modalidade que desponta com mais visibilidade nos últimos meses: a Ginástica Rítmica. Atletas que representam o Club Sportivo Sergipe foram destaque na Copa Alemania de Ginástica Rítmica, realizada em Santiago, no Chile, em Outubro. Com três medalhas conquistadas, a equipe busca manter ritmo positivo agora nos Jogos Estudantis Brasileiros (JEBs), no Rio de Janeiro. Em entrevista ao Ajunews, Maria Clara Vitória, de 13 anos, Yanne Rebeca, de 14, Beatriz Silva, de sete, e Mariana Franco, de 16, e a técnica, Thalyta, falaram um pouco sobre a trajetória e desafios da modalidade em Sergipe.

Almeida, uma das pioneiras a levar a ginástica rítmica para as escolas da capital e do interior do estado. Com a experiência conquistada ela fundou o Centro de Treinamento Thalyta Almeida, referência no estado. “Depois que eu consegui massificar a ginástica nos quatro cantos de Sergipe, eu comecei a trabalhar com o segmento de alto desempenho. Foi quando eu construí o meu clube, há sete anos. Juntamos as ginastas mais fortes de cada colégio e criamos a equipe Sergipe”, detalha Thalyta.

Mariana Franco, de São José dos Campos, São Paulo, mora em Aracaju, começou a praticar a modalidade aos nove. Em outubro, ela competiu na Copa Alemania, no Chile. A jovem conquistou medalha de prata no arco, bronze nas maças e ficou em oitavo lugar no aparelho bola. “Foi uma experiência muito boa, uma oportunidade maravilhosa para nós. Conquistamos excelentes resultados e evoluímos muito lá. Além de competir, pudemos conhecer um pouco da cultura do Chile”, destaca a atleta que complementa com os desafios para a manutenção do ritmo. A minha rotina exige organização e planejamento, para que eu consiga conciliar tudo. Não dá para fazer só esporte, o estudo e conhecimento são pra vida. Quando eu era menor eu fazia vários esportes, mas o que mais me encantou foi a ginástica rítmica, porque além de ser um esporte muito bonito, exige muita disciplina e responsabilidade da atleta”, enfatiza.

À reportagem,Thalyta enfatiza que cada atleta tem o encontro com a ginástica diferente, seja por incentivo dos pais, da escola ou dos amigos. “O que faz cada uma se destacar e encontrar o próprio caminho dentro da modalidade não é só o talento”. Segundo a treinadora Thalyta, para se dar bem em qualquer esporte, é preciso manter em harmonia o tripé: treinador, família e atleta. Um bom profissional não seleciona as atletas só pelo talento mas também pela perseverança, disciplina, questões psicológicas e como elas e a família lidam com o esporte. “Além disso, um fato impressionante é que não são as mais talentosas que chegam a praticar de maneira profissional, e sim as perseverantes. Elas vão, aos poucos, conquistando as habilidades e capacidades físicas necessárias para a modalidade”, afirma a técnica.

Beatriz Silva, de sete anos, treina desde os três anos de idade. O que sempre inspirou a pequena, segundo ela, foi ver as colegas mais velhas treinando, que sempre a incentivaram. No último campeonato do Chile, Beatriz provou que a idade jamais será um empecilho, já que ela conquistou o sexto lugar, na categoria individual, e o primeiro, em dupla.

Outro jovem talento, Yane, conta que começou a trajetória no esporte em Carmopólis, cidade do Leste de Sergipe, ainda na modalidade artística. “Quando mudei para Aracaju comecei a fazer a rítmica e a tia [Thalyta] me chamou e vi as meninas mais experientes e me inspirei nelas. Comecei a treinar com elas e gostar mais do esporte. Treino todos os dias, de segunda a sábado, de manhã eu vou pra escola, e no período da tarde eu tenho um tempo pra estudar”, disse a atleta ao afirmar que consegue conciliar a rotina. Ela ainda destaca que o esporte a ajudou a ter mais responsabilidade e disciplina.

Mas nem sempre a modalidade surgiu no primeiro plano para Clara. A ginasta afirmou que queria ser bailarina: “Minha mãe falou que era parecido e aí entrei na ginástica. Teve uma seleção que Thalyta fez na minha escola e acabei passando e entrei pro clube. Venho direto da escola pra cá e fico das 19h às 22h. Não fica difícil de conciliar. No Chile, que foi minha primeira competição grande, eu tive um bom resultado, muito melhor que os anos anteriores”, disse a atleta que levou o bronze na competição.

Thalyta conta que o maior desafio do clube não são as longas noites de treino e nem o tempo de lazer abdicado, e sim as providências financeiras. Segundo ela, chegar aos resultados até que seja fácil, é difícil mantê-los. Na maioria das vezes, ela e as alunas dependem do próprio bolso para ir aos campeonatos. “Nós somos profissionais, mas o nosso Brasil ainda nos vê como amadoras, porque se nos considerassem profissionais estaríamos recebendo por nossas conquistas. Elas treinam cinco horas por dia, de segunda a sábado, e aos domingos vendem rifas na praia para viajar”, finaliza a treinadora.

A equipe de Thalyta tem duas competições importantes pela frente. A primeira é o Campeonato Brasileiro de Conjuntos, em que as provas são realizadas por grupos de seis ginastas e são usados todos os aparelhos com combinações pré-definidas conforme a apresentação da equipe, e a outra o Jogos Estudantis Brasileiros (JEBs), que funciona como uma mini-olimpíada estudantil, em que estudantes de todo Brasil competem nas mais diversas modalidades. A competição teve início no último dia 31 e se encerra em 15 de novembro.



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