Esporte


“Não acredito que todos os brancos são racistas, então tem que focar na punição”, diz Daniel Alves


Publicado 05 de junho de 2020 às 08:42     Por Roberta Cesar     Foto Divulgação

O jogador Daniel Alves, capitão do São Paulo e da seleção brasileira, comentou sobre as manifestações antirracistas após a morte do ex-segurança George Floyd, em Minneapolis, nos Estados Unidos, em entrevista à CNN Brasil, nesta quarta-feira (3).

“É uma preocupação muito grande, porque o racismo está em todos os lugares, infelizmente. Às vezes precisa chegar no extremo para tomar certos tipos de providência. Tem que ser abominado todo e qualquer tipo de racismo. Não acredito que todos os brancos são racistas, então tem que focar na punição das pessoas que estão envolvidas, não generalizar”, disse Daniel.

O jogador ainda comentou sobre os protestos no mundo. “Todo protesto pacífico é bem-vindo para o ser humano evoluir e crescer nas lutas. Não aproveitar de certo tipo de situação para gerar violência, ódio ou outro tipo de interesse que não está dentro da causa. Infelizmente tivemos que chegar ao extremo para as manifestações”.

Na oportunidade, Daniel Alves também comentou sobre quando foi vítima de racismo, quando jogava pelo Barcelona, em 2014, e um torcedor do Villarreal atirou uma banana em campo para provocá-lo. Ao ver a situação, o jogador pegou a fruta e comeu. Ele explicou um pouco do que sentiu naquele dia.

“Eu vivi essa situação de perto, mas não quis me super manifestar sobre isso para não dar uma maior importância do infrator. Quis combater de outra forma. O ódio não pode ser combatido com ódio, tem que ser combatido com amor. Se colocar o seu ódio para fora, está se igualando ao infrator. Não pode ser extremista. Tem que punir as pessoas que são preconceituosas, que são racistas”, afirmou.

O jogador brasileiro ainda afirmou que para ele todas as vidas importam, e que os infratores devem ser punidos. “O que as pessoas precisam entender é que, se ficarem na rede social ou não se manifestaram, não vão combater nada. Hoje tem muito ‘pray’ para qualquer tipo de coisa, mas as pessoas não fazem nada. Tem que ficar sempre com as ações das pessoas, com as lutas que elas enfrentam quando os outros não estão vendo. Se colocar na internet que a vida negra importa, eu não estou de acordo. Para mim, as vidas importam. Seja negra, branca, lésbica, gay, qualquer vida é importante. Deveriam punir os infratores, se não começa a generalizar”, ressaltou.



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