O camisa 1 do Club Sportivo Sergipe, o goleiro Marcão, se posicionou contra a interrupção de jogos de futebol no país em decorrência do aumentou de casos do novo coronavírus (covid-19). A declaração foi dada ao SporTV, nesta terça-feira (16), após o empate sem gols do Colorado contra o Cuiabá, do Mato Grosso, no estádio Etelvino Mendonça, em Itabaiana, Agreste de Sergipe, pela Copa do Brasil.

“Quem tem um salario alto, quem joga série A é muito fácil falar pra parar campeonato. A gente que joga uma Série D, tiveram jogadores que no ano passado passaram fome, famílias que passaram fome, se não fosse a ajuda de outras pessoas. Quem está em time grande ganha R$ 100, R$ 150 mil e consegue manter isso tranquilo, mas e nós?”, disse o goleiro colorado ao confirmar que jogadores ficaram sem receber salário por 4 meses.

Marcão também ressaltou que além dos atletas, outros profissionais são afetados pela paralisação das partidas. ” Tem muito jogador de time pequeno que precisa muito disso aqui. E não só jogador não, tem muita gente envolvida no futebol, que são os funcionários do clube, roupeiros, massagistas, que ganham pouco e precisam disso.”

O atleta reforçou que entende que a situação da pandemia é delicada, mas que jogos devem continuar. “Eu sei que é uma situação delicada para o país, lamento pelas mortes que estão acontecendo. A gente torce para que a vacina chegue logo, que possa liberar o público no estádio. Nós que ganhamos aqui pouco mais que um salário mínimo sofremos muito mesmo”.

Destaque da partida contra o Cuiabá, Marcão lamentou a eliminação no campeonato. “Não é fácil jogar o sergipano, a gente mata um leão por dia. Esse dinheiro ia cair muito bem pra nós. Só quem está vivendo a situação sabe o que a gente passa”, finalizou.

No Brasil, oito campeonatos suspenderam suas partidas dado o aumento do número de novos casos do covid-19 e de mortes. São eles: o Goiano, Paranaense, Acreano, Paraense, Capixaba, Catarinense e o do Distrito Federal. Até o momento, o Campeonato Sergipano segue mantido.
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