Esporte
Radialistas são chamados de homofóbicos após criticar local de apresentação do técnico do Confiança
Os apresentadores Augusto Júnior e Antônio Oliveira, do Debate Bola, transmitido pela Rádio Jornal, em Sergipe, se envolveram uma polêmica após declarações consideradas homofóbicas, na noite desta terça-feira (18). Durante o programa esportivo, os radialistas criticaram a escolha da boate Suburbia, localizada no bairro Coroa do Meio, em Aracaju, para apresentação do novo técnico do Confiança, Matheus Costa.
“Local de cachaça e de encontro LGBT”, disse um dos comunicadores. Em seguida, outro acrescentou: “Você sabe o que funciona hoje no Suburbia? Ah, é viado, sapatão. Um bocado de mistura da peste lá. Eu não tenho nada contra, mas fazer a apresentação de um treinador lá?”, questionou.
Os apresentadores também reforçaram que “houve um equívoco desgraçado” e que “tinha alguns lugares adequados” para a apresentação. Um dos integrantes da bancada ainda acrescentou: “Questão de respeito. Até em uma igreja. Era melhor levar para uma igreja, loja esportiva”.
Ouça o trecho do programa:
Após a repercussão das declarações, a direção da boate emitiu uma nota de repúdio. No posicionamento, é afirmado que os radialistas criticaram a escolha do Suburbia com palavras pejorativas, de baixo calão e de uma natureza extremamente homofóbica, citando a casa de shows como “abandonada” e utilizando expressões como “refúgio LGBT, viado e sapatão”.
“Externamos nossa total indignação e lamentamos a postura desses que se dizem profissionais do radialismo sergipano e desde já cobramos as medidas cabíveis do sindicato responsável. O que foi dito no programa se enquadra em crime de calúnia, difamação e homofobia. O Suburbia é uma casa de eventos aberta a todos os públicos e sem nenhum tipo de preconceito”, diz trecho da nota.
Em nota, o Confiança também lamentou o ocorrido. O clube disse que os radialistas, “em um momento de infelicidade, proferiram comentários homofóbicos, pejorativos e desrespeitosos ao falar no programa sobre o local em que o clube promoveu a coletiva”.
Para o clube, a equipe de comunicação poderia “utilizar o microfone e o poder da liberdade de imprensa para informar e bem servir a população, em vez de explanar ódio e pensamentos retrógrados neste momento onde a luta contra o preconceito é constante”.
O Confiança destacou ainda que é formado por “torcedores de todo o tipo de classe, cor, crença, gênero e sexualidade. Assim sendo, a instituição defende o respeito a todos eles, independentemente da sua orientação sexual. E não compactuará com qualquer ofensa a eles”.
Por fim, o time colocou que “nos dias atuais não cabem mais o preconceito apresentado pelos radialistas. Por isso, repudia veementemente falas como essas e cobra a retratação imediata do veículo”.
A reportagem tentou contato com a Rádio Jornal, na manhã desta quarta-feira (19), mas as chamadas não foram atendidas. O site está à disposição caso a emissora e o programa avaliem o envio de posicionamento.
Atualizada às 12h30
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