Justiça
“A operação foi inadequada”, diz Defensoria Pública de Sergipe sobre ação da prefeitura na região das Mangabeiras
Após tensão entre moradores da Mangabeiras, no bairro 17 de Março, Zona Sul de Aracaju, e guardas municipais durante uma ação da prefeitura na comunidade para retirada das pessoas do local, o defensor público e diretor do Núcleo de Bairros da Defensoria Pública do Estado de Sergipe, Alfredo Carlos Nikolaus, afirmou ao AjuNews, nesta quinta-feira (23), que a Defensoria Pública não foi chamada para mediar a ação.
“A operação foi inadequada, tendo em vista que estamos em plena pandemia por conta da covid-19. O que se busca é o isolamento social e não a exposição das pessoas ao risco de contaminação”, frisou o defensor público.
Ele ainda ressaltou que uma ação judicial foi ajuizada para as pessoas retiradas da comunidade. “Quanto às pessoas que estão sendo assistidas pela Defensoria Pública, ajuizamos medida judicial e estamos aguardando o pronunciamento da justiça. Recebemos apenas o pedido de assistência jurídica de 235 famílias que alegam não terem sido incluídas no aluguel social”, destacou.
A operação da prefeitura de Aracaju acontece desde segunda-feira (20) e, até o momento, 838 famílias já foram retiradas da comunidade para o início das obras de construção de um conjunto residencial no local, nomeado de Irmã Dulce dos Pobres. Segundo a Secretaria da Assistência Social, as famílias vão receber um auxílio-moradia no valor de R$ 300 por dois anos até a entrega das 1.102 casas. Após o período, as famílias retornarão para o novo residencial.
Questionada mais cedo pela reportagem, a prefeitura de Aracaju informou que foi apenas um pequeno conflito e que as equipes da assistência social chegaram ao local duas horas antes da ação, conversaram e os moradores se recusaram a sair da ocupação.
De acordo com a diretora de habitação da Assistência Social da capital, Rosária Rabelo, o processo de realocação das famílias tem ocorrido com muita tranquilidade, no entanto, nesta quarta-feira (22), ocorreu o conflito.
“Nós tivemos um pequeno conflito, que é natural durante o processo de realocação de qualquer ocupação. Onde alguns aproveitadores começaram a se infiltrar nesse movimento, trazendo pessoas de outros bairros, pessoas de outras áreas. Tivemos aqui inclusive a presença de pré candidatos e pré-candidatas a vereadores aqui, tentando inflamar e incitar o povo”, explicou Rosária.
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