Política


Desembargadora que ofendeu Marielle é eleita para órgão que vai julgar Flávio Bolsonaro


Publicado 01 de dezembro de 2020 às 10:41     Por Fernanda Sales     Foto Reprodução / Facebook

A desembargadora Marília de Castro Neves, condenada por ofender a memória de Marielle Franco, vereadora do PSOL assassinada em 2018, foi eleita nesta segunda-feira (30) para integrar o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), responsável por analisar denúncia que envolve o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no caso das “rachadinhas”, quando era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. As informações foram divulgadas pela Folha de São Paulo.

Na ação, o filho do presidente Jair Bolsonaro é denunciado sob acusação de peculato, lavagem de dinheiro e apropriação indébita. Flávio Bolsonaro é acusado de liderar uma organização criminosa para recolher parte do salário de seus ex-funcionários em benefício próprio. Ele nega irregularidades.

Na semana passada, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu abrir processo administrativo disciplinar contra a desembargadora, mas isso não a impediu de concorrer ao Órgão Especial do TJ-RJ, pois, segundo a Folha, ela foi a única candidata.

De acordo com a reportagem, Marília manifestou em suas redes sociais apoio a Jair Bolsonaro durante as eleições de 2018. No mesmo ano ela escreveu, dias após Marielle Franco ser morta, que a vereadora “estava engajada com bandidos” e afirmou ainda que o “comportamento” dela, “ditado por seu engajamento político”, foi determinante para a morte. A desembargadora também disse que houve uma tentativa da esquerda de “agregar valor a um cadáver tão comum quanto qualquer outro”.

Em outubro deste ano, ela foi condenada pela Justiça a pagar indenização por danos morais à família de Marielle. E depois da polêmica mensagem sobre a ex-vereadora do PSOL, outros comentários antigos da desembargadora feitos na internet vieram à tona.

O jornal destaca que em um deles, Marília questionou o que professores com Down poderiam ensinar. Outro texto polêmico de Marília, publicado em 2015, dizia que o ex-deputado federal Jean Wyllys deveria ir para um paredão (de fuzilamento) “embora não valha a bala que o mata”.

Leia mais:
Fabrício Queiroz confessa “rachadinhas” ao MP do Rio, mas nega envolvimento de Flávio Bolsonaro
MP descobre que Flávio Bolsonaro omitiu da Receita investimento de R$ 90 mil em ações, diz jornal



Os comentários não representam a opinião do portal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
Leia os termos de uso