Justiça


MP vai investigar apresentador e produtora por apologia ao nazismo


Publicado 09 de fevereiro de 2022 às 14:36     Por Redação AjuNews     Foto Reprodução / YouTube

A Promotoria de Direitos Humanos do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) vai investigar uma suspeita de apologia ao nazismo feita pelo apresentador Bruno Aiub, conhecido como Monark, durante um episódio no podcast Flow. No entendimento dos promotores, o influenciador digital defendeu a “criação de um partido nazista” enquanto entrevistava os deputados federais Kim Kataguiri (DEM-SP) e Tabata Amaral (PSB-SP).

Na portaria do inquérito consta uma afirmação de Monark, sócio da produtora Flow Podcast, em que diz que: “a esquerda radical tem muito mais espaço que a direita radical, na minha opinião. Eu sou muito mais louco que todos vocês. Acho que o nazista tinha que ter o partido nazista reconhecido”.

De acordo com o argumento dos promotores Anna Trotta Yaryd e Reynaldo Mapelli Júnior, que assinam o pedido de abertura de investigação, “houve expressa defesa da criação de um partido nazista, como se este partido fosse decorrência do direito à liberdade de expressão”.

No documento, os promotores ressaltam que está implícito na fala de Monark a violência contra diversos grupos. “A criação de um partido nazista representa, em síntese, a criação de um partido político feito para perseguir e exterminar pessoas, notadamente judeus, mas também pessoas com deficiência, LGBTQIA+ e outras minorias”.

Após intimados, o Flow Podcast e o apresentador Bruno Aiub terão 30 dias para apresentar informações sobre os fatos e sobre a constituição societária da produtora que produz e veicula o conteúdo.

Outro lado
Os Estúdios Flow informaram em nota divulgada nesta terça (8) que o episódio do podcast foi retirado do ar e o apresentador foi desligado da produtora. Em um vídeo, Igor Coelho, sócio da produtora, comunicou que vai comprar a participação do influencer nos estúdios, o que vai encerrar a ligação de Monark com a empresa.

No comunicado, os Estúdios Flow lamentaram o ocorrido e afirmam ter compromisso com a democracia e os direitos humanos. “Pedimos desculpas à comunidade judaica, em especial e a todas as pessoas, bem como repudiamos todo e qualquer tipo de posicionamento que possa ferir, ignorar ou questionar a existência de alguém ou de uma sociedade”, destacou.

Em seu twitter, Bruno Aiub divulgou um vídeo em que diz que errou, pede desculpas e afirma que estava “muito bêbado” na ocasião.

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Com informações da Agência Brasil*



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