Justiça


‘Tanto o Hospital quanto eu fomos vítimas’, afirma ex-diretor do Hospital Nosso Senhor dos Passos sobre fraude


Publicado 21 de maio de 2021 às 19:30     Por Dhenef Andrade e Peu Moraes     Foto Reprodução / Governo de Sergipe

O ex-diretor do Hospital Nosso Senhor dos Passos, localizado em São Cristóvão, na Grande Aracaju, Paulo Roberto de Santana alega, em nota divulgada nesta sexta-feira (21), que tanto ele como a própria unidade hospitalar foram vítimas de pregoeiro responsável pelos trâmites de licitação.

O caso veio à tona nesta semana, após a Controladoria-Geral da União (CGU) apontar suposta falsificação de páginas em diários oficiais, em 2017, para favorecer duas empresas. De acordo com o ex-gestor, o mesmo suspeitou da forma como o pregoeiro conduzia o processo.

“Por esta razão, em 2018, quando eu ainda estava no cargo, mais precisamente no dia 28/12/2018, orientei a Diretoria Executiva do Hospital, após tomar conhecimento do fato, a realizar procedimento administrativo interno para apurar a má condução dos processos de compras pelo pregoeiro contratado, encaminhando uma representação ao Ministério Público Federal, através do ofício nº 140/2018”, afirma Paulo.

O documento citado foi obtido pelo Ajunews e nele a gestão afirma que durante anos a prestação de contas acontece “sem nenhum equívoco ou incorreção”. No entanto, a unidade frisa que um “fato atípico” ocorreu quando se deu a contratação do novo pregoeiro. A gestão justifica a contratação do mesmo por análise currículo.

A nota de Paulo Roberto finaliza se colocando à disposição para esclarecimentos sobre o caso. “Quero frisar que repudio, veemente, prática de qualquer ato ilícito, quem me conhece sabe do meu perfil, do meu caráter e da minha história”.

A investigação
De acordo com a CGU, os documentos falsificados foram apresentados pelo hospital para tentar comprovar a publicação do aviso de licitação. Foram falsificadas páginas do Diário Oficial da União, Diário Oficial do Estado de Sergipe, Diário Oficial do Município de São Cristóvão e do Jornal do Dia de Aracaju. As investigações apontam que duas empresas hospitalares foram beneficiadas com contratações diretas, já que não houve a licitação. Um dos contratos foi no valor de R$ 396.620,00 e outro R$ 2.608,00, pagos com verbas federais, através de convênio firmado entre o hospital e o Ministério da Saúde.



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