Política


Apoiadores de Bolsonaro convocam caravanas pelo país a favor de Arthur Lira e voto impresso


Publicado 16 de janeiro de 2021 às 14:21     Por Fernanda Sales     Foto Arquivo / Câmara dos Deputados

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que defendem o voto impresso, decidiram ampliar a pauta de reivindicações e pedem a eleição de Arthur Lira (PP-AL) à presidência da Câmara dos Deputados. De acordo com a Folha de São Paulo, movimentos de direita por todo o país, se preparam para fazer caravanas em direção a Brasília no dia 1º de fevereiro.

Apontado como organizador dos atos, o pastor evangélico Marlan Gustavo disse à reportagem que há caravanas de 25 cidades programadas para ir à capital federal na data da eleição no Congresso. A previsão do organizador é que mais de 2 mil pessoas viajem a Brasília. Os atos, segundo ele, são “pacíficos e superpatrióticos”.

“A gente quer a eleição do Lira porque não é o presidente da Câmara que pauta os assuntos? Então, não adianta nada o Brasil querer o voto impresso e ter um presidente que não paute o assunto. E a gente tem só um ano para isso”, contou Marlan, coordenador do movimento Deus, Pátria e Família.

Segundo ele, o deputado do PP já se mostrou simpático ao voto impresso. “A gente quer o Lira porque ele já falou do voto impresso, saiu na frente, a gente gosta dele”, diz. Em declarações públicas, o líder do centrão disse que pautaria o assunto caso houvesse manifestação da maioria dos líderes da Câmara, mas afirmou confiar no sistema atual, que evitaria fraudes.

Apesar disso, Lira é a favor de que a Justiça Eleitoral faça um piloto em um local específico para avaliar as vantagens e desvantagens de um novo sistema.

De acordo com a Folha, o movimento que apoia o parlamentar defende que o futuro presidente da Câmara paute uma PEC (proposta de emenda à Constituição) apresentada pela deputada Bia Kicis (PSL-DF) que trata do assunto. “A gente entende com tudo que aconteceu no Brasil que precisamos ter um voto impresso. Está tudo muito solto. Nosso sistema eleitoral está na nuvem, você não tem nenhum tipo de comprovante”, acrescentou o organizador.

Para o pastor evangélico, não há problema que o deputado seja líder de um grupo de partidos que já foi criticado pelo próprio Bolsonaro sob o argumento de ser adepto a fisiologismos e políticas de toma lá da cá. “O que é centrão? O que é esquerda? O que é direita? Tá tudo misturado, uma confusão maluca”.

Na avaliação de Marlan, o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), “paralisou o país”. Já Lira é “simpático a Bolsonaro” enquanto o outro candidato, Baleia Rossi (MDB-SP), teria se comprometido a abrir processos de impeachment contra o chefe do Executivo, o que o emedebista já negou publicamente.

O grupo é o mesmo que organizou um ato no último dia 6 de dezembro a favor do voto impresso. Kicis e o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) participaram do protesto, que reuniu cerca de 100 pessoas na Esplanada dos Ministérios.

Contudo, Marlan também falou que as viagens não são bancadas por parlamentares e que o organização do movimento é dele junto a apoiadores pelo país. Embora seja pastor, ele preferiu não revelar a qual igreja está vinculado.

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