Política


Belivaldo Chagas segue sem cumprir 12 promessas de campanha; segurança pública é área mais afetada


Publicado 05 de julho de 2021 às 06:30     Por Peu Moraes     Foto Reprodução / Redes Sociais

O governador de Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD) segue sem cumprir ao menos 12 promessas feitas durante a corrida eleitoral de 2018, na qual saiu vitorioso em segundo turno com 64,74% dos votos válidos, ou seja, 679.051. O levantamento realizado pelo site G1 divulgado no último sábado (3) apresenta os resultados de dois anos e meio de governo.

No ranking das áreas que não tiveram suas respectivas promessas cumpridas, segurança pública lidera com quatro propostas que ainda não saíram do palanque eleitoral. Chagas ainda não criou o Laboratório Cibernético, que teria como finalidade auxiliar o trabalho na polícia no combate aos crimes cibernéticos.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, o projeto ainda precisa ser finalizado, sendo necessária a formalização junto ao Ministério da Justiça sobre o processo.

Enquanto não sai da promessa, os crimes praticados em ambientes virtuais tiveram um aumento de 265% em 2020 com relação a 2019, em Sergipe. Segundo os dados da Coordenadoria de Estatística e Análise Criminal (Ceacrim), da Secretaria de Segurança Pública (SSP), foram registrados 5.441 casos de crimes mediante o uso da internet no estado, enquanto que em 2019, apenas 1.492 crimes foram praticados.

De acordo com o levantamento, as ocorrências de estelionato foram a que mais apresentaram alta. Em 2019, 621 registros desse crime foram praticados, enquanto que em 2020, foram contabilizados 3.215 golpes. Ainda segundo os dados da coordenadoria, o segundo crime cibernético com maior incidência em Sergipe foi o de invasão de dispositivo informático, como clonagem de aplicativos de mensagens e de redes sociais.

O governo também não fez a integração entre sistemas de inteligência de Sergipe com o nacional, o objetivo seria fortalecer o trabalho de inteligência do governo ligando o Sistema de Inteligência de Segurança Pública do Estado de Sergipe (SISP) ao Sistema de Inteligência de Segurança Pública do Nordeste e Nacional. Segundo a pasta responsável, os sistemas ainda não foram integrados.

Para Nalon Oliveira, pós-graduado em Lato Sensu em Inteligência de Segurança, na Universidade do Sul de Santa Catarina, em 2018. “Atualmente, faz-se necessário um modelo de integração e de relacionamento entre as Agências de Inteligência (AI) das espécies de inteligência preconizadas pela DNISP no combate à criminalidade, que compõem a Inteligência de Segurança Pública nos Estados e no Distrito Federal. É imprescindível a criação de instrumentos jurídicos que contribuam para um enfoque sistêmico da Integração da Atividade de ISP, direcionando-a para funcionar, com propriedade, como um verdadeiro sistema ou subsistema”, frisou em sua monografia.

Belivaldo também ainda não tirou do papel a Criação dos Postos de Atendimento à População. Pelo projeto o serviço de policiamento seria ampliando através na criação de Postos de Atendimento à População/PACs-Povoados. Contundo, os postos ainda não foram criados, segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública.

Em pesquisa da CNI/Ibope de 2014, 31% dos entrevistados elencaram a segurança como a segunda área que deveria ser de maior prioridade do governo, ficando atrás apenas da saúde (48%). Nas eleições, muitos candidatos apostam em pautas da segurança pública para conquistar o voto do eleitor.

Por último, conforme o levantamento, a ampliação do socorro aéreo ainda continua no discurso. O objetivo era conduzir a equipe médica ao local do acidente. O serviço de socorro aéreo ainda não foi ampliado, de acordo com a SSP. O socorro aéreo ou transporte aeromédico é essencial no caso de pacientes que precisam ser transferidos para grandes centros de tratamento, com toda estrutura e segurança de uma UTI. Dependendo da gravidade, o paciente pode não resistir ao translado até o hospital, levando em consideração que o trânsito e fatores meteorológicos podem interferir no resgate da vítima.

Outro lado
Nas redes sociais, Belivado comemorou o posicionamento do estado quando comparado as demais Unidades Federativas e afirmou que vai continuar trabalhando para cumprir as promessas. “O resultado nos coloca como o 2º do Nordeste e o 7º do país neste quesito, ultrapassando com vantagem a média nacional entre os estados que é de 25,8%. Se contabilizarmos também as promessas parcialmente cumpridas, chegamos a 55,5% – 15 das 27 -, ultrapassando a metade das promessas feitas durante o pleito”, escreveu, neste domingo (4).

“Ainda estamos num período de pandemia, com um retorno gradual e cauteloso das atividades, mas vamos avançar ainda mais em obras públicas e projetos para melhorar a qualidade de vida para todos os sergipanos até o final da gestão”, finalizou.

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