Política


Bolsonaro decide não depor em inquérito que investiga suposta tentativa de interferência na PF


Publicado 26 de novembro de 2020 às 18:20     Por Fernanda Souto     Foto Isac Nóbrega/Presidência da República

O presidente Jair Bolsonaro decidiu não prestar depoimento à Polícia Federal no inquérito que investiga uma suposta tentativa de interferência dele na autonomia da corporação. A decisão foi informada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela Advocacia-Geral da União (AGU), nesta quinta-feira (26). A informação é do G1.

No documento enviado ao STF, a AGU informa o desejo de “declinar do meio de defesa que lhe foi oportunizado unicamente por meio presencial no referido despacho”. A entidade diz ainda que “roga pronto encaminhamento dos autos à Polícia Federal para elaboração de relatório final a ser submetido, ato contínuo, ainda dentro da prorrogação em curso, ao Ministério Público Federal”. O pedido para a conclusão das investigações será analisado pelo relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes.

O inquérito está paralisado desde setembro por causa da indefinição sobre o depoimento do Chefe do Executivo. O governo tentava apresentar depoimento por escrito, em vez de comparecer presencialmente. Ainda em setembro, o ministro Marco Aurélio Mello decidiu que caberia ao plenário da Supremo definir se Bolsonaro poderia enviar depoimento por escrito ou, se preferisse, escolher o dia para ser ouvido.

Como investigado, Bolsonaro tem a opção de permanecer em silêncio em um eventual depoimento. Mesmo se a PF marcar a data, ele pode faltar sem ser punido. O inquérito foi aberto no final de abril, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), a partir de declarações do ex-juiz Sergio Moro, que fez a acusação de interferência ao se demitir do cargo de ministro da Justiça.

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