Política


Bolsonaro não pretende disputar reeleição em 2022 com Mourão como vice, diz jornal


Publicado 19 de outubro de 2020 às 09:44     Por Eduardo Costa     Foto Valter Campanato/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não pretende buscar a reeleição em 2022 tendo novamente o atual vice Hamilton Mourão (PRTB) em sua chapa. Segundo o jornal Folha de São Paulo, aliados do chefe do Executivo relataram que ele expôs a ideia de não contar com o general da reserva como vice, por não estabelecer uma relação de completa confiança.

Segundo um dos aliados, Bolsonaro chegou a afirmar que Mourão de novo “não dá”. O presidente teria lembrado que seu vice foi escolhido em 2018 após um período de dificuldade, com recusas de outros nomes inicialmente cotados, e visando fidelizar apoios do PRTB e das Forças Armadas.

Aliados de Bolsonaro avaliavam em 2018 que o nome de Mourão era positivo, por não ser um político de carreira. Com isso, o Congresso Nacional não estaria estimulado a abrir processos de impeachment. Mas hoje, integrantes das Forças Armadas estão avaliando saídas honrosas, como disputar um cargo público.

De acordo com os relatos, uma das ideias seria se lançar como senador ou governador em 2022 no Rio Grande do Sul, onde ele chefiou o Comando Militar do Sul. A candidatura, caso bem articulada, poderia até mesmo ter o apoio do próprio Bolsonaro.

Tudo isso porque a relação entre o presidente Jair Bolsonaro e o vice Hamilton Mourão é de altos e baixos. Por conta de algumas declarações fazendo contraponto ao chefe do Executivo e por ganhar mais espaço na mídia e na opinião pública, existiu um incômodo para com o general no Planalto. Ele chegou a passar por um tempo de “silêncio”, mas recentemente voltou a falar com a imprensa diariamente.

Além disso, deputados aliados do governo creem que a mudança poderia fazer Bolsonaro angariar bons apoios pela reeleição, como alguém das Forças Armadas, um evangélico ou alguém do centrão. Qualquer das escolhas acabaria fidelizando votos importantes para o presidente.

Outra ideia seria formar uma chapa com uma das ministras do governo. Nomes como Damares Alves (ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos) e Tereza Cristina (ministra da Agricultura) tem sido debatidos internamente.

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