Política
Deputado do Cidadania que apalpou colega em São Paulo quer perícia de imagem
O deputado estadual Fernando Cury (Cidadania), flagrado pelas câmeras da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) apalpando a colega Isa Penna (Psol) no plenário, pretende provar que não houve importunação sexual e assédio. Os advogados de defesa do parlamentar solicitaram perícia da imagem captada no momento exato em que ele aparece apalpando a deputada. As informações são da Folha de São Paulo.
De acordo com a reportagem, a defesa do parlamentar estuda estratégias para examinar como foi o toque do deputado e questionar a tese de importunação. Além disso, os advogados vão apresentar projetos de Cury aprovados na área da saúde.
A discussão sobre o assédio ainda não foi feita nas três frentes em que o parlamentar é alvo. O debate o caso terá início no Conselho de Ética da Assembleia na próxima semana. A Casa Legislativa retoma as atividades no dia 1º de fevereiro, data em que o advogado do deputado, Roberto Delmanto Júnior, espera receber a notificação sobre a instauração do processo.
Após a notificação, o advogado tem cinco dias para apresentar a defesa. Cury pode ser absolvido, receber uma advertência, uma suspensão ou até mesmo a cassação definitiva. De acordo com a publicação, o advogado de Cury aguarda a notificação para elaborar a defesa com base na acusação, ou seja, no que for descrito como conduta do deputado e quais regras do regimento ele teria violado.
Segundo a defesa, a intenção não é colocar em dúvida a integridade do vídeo, mas sim determinar a posição exata da mão de Cury. Para os defensores do deputado, não houve apalpação de seio.
O advogado questionou ainda a estratégia de acusação de Isa, que teria passado a enfatizar o abraço por trás, chamado de encoxada, em detrimento da apalpação para qualificar o ato de assédio. “Na Assembleia, onde se respeita o direito de defesa e o devido processo legal, vai ser demonstrado que o deputado Fernando Cury jamais assediou e nunca teve a intenção de constranger a nobre deputada Isa Penna, a quem respeita e sempre respeitou”, diz Delmanto.
Em relação à importunação, o entendimento da defesa é de que não houve ato sexual ou libidinoso. Quanto ao assédio, o questionamento é o de que a lei fala em condição hierárquica superior, o que não se verifica na relação entre Isa e Cury, ambos deputados. O advogado afirmou também que provará a inocência de Cury e aguarda sua absolvição.
Por meio de nota ao site, Isa Penna afirmou ser “vergonhosa e simbolicamente expressiva essa atitude da cultura masculina de que a defesa tenha como estratégia falar que não houve ato libidinoso por não ter contato com os seios (o que podemos perceber que não é verdade no próprio vídeo)”.
“Assédio é assédio a partir do momento que alguém toca no seu corpo sem a devida autorização, ainda mais da forma como foi. Periciar o vídeo é colocar em xeque as imagens da Casa Legislativa na qual trabalhamos”, disse a deputada.
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