Política


Ex-funcionário de gabinete de Flávio na Alerj comprou terreno de Jair Bolsonaro em dinheiro vivo


Publicado 24 de setembro de 2020 às 08:42     Por Eduardo Costa     Foto Tânia Rêgo/Agência Brasil

O coronel da reserva Guilherme dos Santos Hudson, investigado no inquérito das “rachadinhas” como funcionário fantasma do antigo gabinete de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), pagou R$ 38 mil em dinheiro vivo na compra de um terreno vendido por Jair Bolsonaro (sem partido). Em valores corrigidos, hoje isso equivale a R$ 71 mil.

Segundo o jornal O Estado de São Paulo, os vendedores foram o hoje presidente e Ana Cristina Siqueira Valle, sua segunda ex-mulher. Eles haviam comprado o imóvel em 2003, e venderam pelo mesmo preço da compra. O terreno fica em um condomínio em Resende (RJ), onde Guilherme e Jair serviram na Academia Militar das Agulhas Negras. O condomínio piscina, spa, sauna, bar, salão de festas e campos de futebol.

A investigação das “rachadinhas” do Ministério Público do Rio de Janeiro indica que o coronel Guilherme dos Santos Hudson sacou R$ 15 mil em dezembro de 2019, o equivalente a 74% do que recebeu nos dois meses em que esteve no gabinete de Flávio. Isso, segundo o MP, corrobora que ele repassava valores aos seus chefes.

Já a investigação que cita possíveis funcionários fantasmas no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) atinge o coronel a reserva, um filho e duas noras.

Em dezembro de 2019, o Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc) inseriu na investigação uma tabela com saques feitos por parentes de Ana Cristina Siqueira Valle enquanto estavam lotados na Alerj. Eles retiraram 86% do que receberam, o equivalente a R$ 4 milhões.

Jair Bolsonaro e Ana Cristina Siqueira Valle estiveram juntos entre 1997 e 2008, e segundo a revista Época, adquiriram 14 imóveis, sendo cinco em dinheiro. Destes cinco, um foi vendido para o coronel Hudson.

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