Política
Salário de filha de Queiroz no gabinete de Bolsonaro caía em até dois dias na conta do pai, diz jornal
As transações bancárias de Nathalia Queiroz, filha de Fabrício Queiroz, mostram que as suas remunerações entre janeiro de 2017 e outubro de 2018, enquanto ela trabalhava no gabinete de Jair Bolsonaro, demoravam no máximo dois dias para caírem na conta do pai. Segundo a coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, a personal trainer seguiu esse padrão até o suposto vazamento sobre relatório do Coaf que mencionava a família.
De acordo com a coluna, Nathalia Queiroz recebia o salário pelo Banco do Brasil, transferia para uma conta própria no Itaú, e depois mandava a maior parte a seu pai no mesmo banco. Foram assim em 17 dos 22 repasses neste período. O jornal traz exemplos de 2018. Em fevereiro, ela recebeu os valores no dia 21 e transferiu a Fabrício Queiroz no dia seguinte. Em março e em junho, recebeu no dia 21 e transferiu no mesmo dia.
Fabrício Queiroz está sendo apontado por investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) como operador financeiro do suposto esquema de “rachadinhas” no gabinete de Flávio Bolsonaro, enquanto este era deputado estadual no Rio de Janeiro (hoje, Flávio é senador). Fabrício também é amigo há mais de 30 anos de Jair Bolsonaro (sem partido), presidente da República e pai de Flávio.
De acordo com as investigações, o dinheiro viva deste esquema (que consiste no repasse de salários dos assessores ao parlamentar) pode ter sido usado para pagar despesas pessoais de Flávio.
Em resposta à coluna da Folha de S. Paulo, o advogado Paulo Catta Preta se manifestou. “Os depósitos realizados por Nathalia em favor de Fabrício Queiroz cumpriam a regra de centralização das despesas familiares na figura do pai, não tendo, pois, nenhuma relação com suposta rachadinha”, afirmou.
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