Política


Salário de filha de Queiroz no gabinete de Bolsonaro caía em até dois dias na conta do pai, diz jornal


Publicado 16 de agosto de 2020 às 10:40     Por Eduardo Costa     Foto Reprodução

As transações bancárias de Nathalia Queiroz, filha de Fabrício Queiroz, mostram que as suas remunerações entre janeiro de 2017 e outubro de 2018, enquanto ela trabalhava no gabinete de Jair Bolsonaro, demoravam no máximo dois dias para caírem na conta do pai. Segundo a coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, a personal trainer seguiu esse padrão até o suposto vazamento sobre relatório do Coaf que mencionava a família.

De acordo com a coluna, Nathalia Queiroz recebia o salário pelo Banco do Brasil, transferia para uma conta própria no Itaú, e depois mandava a maior parte a seu pai no mesmo banco. Foram assim em 17 dos 22 repasses neste período. O jornal traz exemplos de 2018. Em fevereiro, ela recebeu os valores no dia 21 e transferiu a Fabrício Queiroz no dia seguinte. Em março e em junho, recebeu no dia 21 e transferiu no mesmo dia.

Fabrício Queiroz está sendo apontado por investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) como operador financeiro do suposto esquema de “rachadinhas” no gabinete de Flávio Bolsonaro, enquanto este era deputado estadual no Rio de Janeiro (hoje, Flávio é senador). Fabrício também é amigo há mais de 30 anos de Jair Bolsonaro (sem partido), presidente da República e pai de Flávio.

De acordo com as investigações, o dinheiro viva deste esquema (que consiste no repasse de salários dos assessores ao parlamentar) pode ter sido usado para pagar despesas pessoais de Flávio.

Em resposta à coluna da Folha de S. Paulo, o advogado Paulo Catta Preta se manifestou. “Os depósitos realizados por Nathalia em favor de Fabrício Queiroz cumpriam a regra de centralização das despesas familiares na figura do pai, não tendo, pois, nenhuma relação com suposta rachadinha”, afirmou.

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