Saúde


Ministério da Saúde gasta R$ 4,2 mil por médico enviado a Manaus para disseminar cloroquina


Publicado 27 de janeiro de 2021 às 14:14     Por Fernanda Sales     Foto Marcello Casal Jr./ Agência Brasil

O Ministério da Saúde gastou, em média, R$ 4,2 mil com cada um dos médicos enviados a Manaus para fiscalizar as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e incentivar o uso de remédios sem eficácia comprovada contra covid-19, como a cloroquina. No valor, estão gastos com passagens aéreas e diárias.

Os dados foram disponíveis no Painel de Viagens, do Ministério da Economia, e divulgados pela coluna Painel, da Folha de São Paulo. De acordo com os dados, os bilhetes de avião custaram entre R$ 2.783 e R$ 4.535, e cada um dos médicos recebeu diária de R$ 655, para despesas de hospedagem e alimentação.

A força-tarefa com os profissionais agiu em Manaus no dia 11 de janeiro, um dia após o governador Wilson Lima (PSC) pedir ajuda ao governo federal pela crise da falta de oxigênio, a convite de Mayra Pinheiro, secretária indicada pelo ministro Eduardo Pazuello e conhecida como “Capitã Cloroquina”.

A assinatura de Mayra consta no ofício encaminhado a Manaus em que afirma que era “inadmissível” a não utilização do “tratamento precoce”. Também partiu dela a iniciativa do TrateCov, página na internet que orienta a administração de cloroquina e antibióticos até para dor de barriga de bebê ou sintomas de ressaca.

As medidas pró-medicamentos sem eficácia no Amazonas são um dos pontos da investigação autorizada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) contra o ministro.

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