Opinião


O tiro saiu pela culatra e Francisquinho sai como maior perdedor de 2022


Publicado 31 de outubro de 2022 às 10:59     Por Dhenef Andrade e Peu Moraes     Foto Janaína Santos / Assessoria

O resultado da disputa para o governo de Sergipe, no segundo turno das eleições gerais realizadas neste domingo (30), mostrou uma virada e liderança do agora eleito, Fábio Mitidieri (PSD). Diferente das inúmeras pesquisas eleitorais que apontavam uma vitória do candidato de Lula (PT) no estado, Rogério Carvalho (PT). Foi o sucessor de Belivaldo Chagas (PSD) que abocanhou mais de 400 mil votos em relação ao primeiro turno. Mas quais fatores podem explicar a virada do 55?

Para além da derrota do petista, outra figura política que sai com imagem abalada é Valmir de Francisquinho (PL). O então bolsonarista que despontava com a terceira via em solo sergipano se mostrou controverso em suas alianças após o fim do primeiro turno. Com o discurso de ‘nem um, nem outro’, o ex-prefeito de Itabaiana conquistou grande parte do eleitorado também por colar sua imagem no cenário nacional, já que é do mesmo partido do atual presidente da República, Jair Bolsonaro.

No entanto, após não conseguir reverter sua situação jurídica a tempo, na primeira semana de campanha para o segundo turno, Rogério e Valmir selaram aliança para tirar os seus “perseguidores”, conforme defende Valmir, em referência ao grupo de Belivaldo Chagas.

No entanto, o que parecia uma cartada para firmar a vantagem conquistada por Rogério no dia 2 de outubro, com 338.796 votos, ou 44,7%, contra os 294.936 votos de Fábio Mitidieri (PSD), o equivalente a 38,9% do total, se tornou um pesadelo. A virada do candidato da base se mostrou possível a partir da insatisfação dos então eleitores de Valmir e Rogério que enxergaram a união como “traição ao povo”. Um petista e um bolsonaristas juntos para uma mudança não caiu bem nem para a base, que dava sinais de que o revés na campanha resultaria em uma derrocada.

O empenho da maioria da bancada eleita para Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) em apoiar Fábio, conforme trouxe o AjuNews em seu levantamento. Assim como os novos deputados federais eleitos, com grande parte alinhada com a base do governo, se mostrou potente em fortalecer a campanha do candidato de Belivaldo. Outras figuras empenhadas foram o senador eleito, Laércio Oliveira (PP) e o ex-deputado federal André Moura (União), este último encabeçando a campanha na reta final, com destaque também para sua filha, Yandra (União), primeira mulher a assumir uma cadeira na Câmara Federal por Sergipe.

Como as pesquisas apontavam uma larga vantagem de Rogério, a presença do agora eleito presidente da República, Lula (PT) e a internação de Fábio, com consequente saída dos atos finais de campanha, todo o cenário parecia favorável ao petista. O início da apuração já confrontava as previsões: Mitidieri liderou de ponta a ponta e obteve mais que o dobro de votos conquistados no primeiro turno. O governador eleito conquistou 623.851 dos votos válidos, ou 51,7%, contra 582.940 votos, ou 48,3% do petista.

Mais de 400 mil votos foram destinados a Mitidieri, quantidade próxima a conquista por Valmir na primeira parte do pleito. Enquanto Rogério apenas somou 244.144 votos remanescentes do primeiro turno. Outro fator determinante no resultado, seja para a vitória do petista, seja pela ampliação da vantagem de Fábio, é o quantitativo de abstenções: 315.516 não foram votar; outros 99.505 optaram por anular o voto para governador.

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