Esporte
Pelo menos 24 atletas olímpicos e paralímpicos receberam auxílio emergencial, diz portal
Ao menos 24 atletas olímpicos ou paraolímpicos receberam o auxílio emergencial de R$ 600 pago pelo Governo Federal durante a pandemia do novo coronavírus para famílias de baixa renda. Segundo levantamento do portal Metrópoles, dos 621 atletas que participaram das Olimpíadas de 2016 ou que estão inscritos para as Olimpíadas de 2021 (adiadas por conta da pandemia), alguns nomes constaram no registro.
No levantamento do Metrópoles aparecem nomes de esportes como taekwondo, atletismo, judô, canoagem, boxe e halterofilismo, sejam no esporte olímpico ou paralímpico.
Há registros de atletas paralímpicos, por exemplo, que receberam o BPC (pago a idosos e pessoas com deficiência) e o auxílio emergencial ao mesmo tempo, o que não é permitido segundo as regras. Além disso, há atletas que receberam o valor, mas disseram não terem feito o pedido.
É o caso de Débora Benevides, duas vezes medalhista no Mundial de Paracanoagem. Procurada pelo Metrópoles, ela afirmou que não pediu o auxílio e que irá solicitar o cancelamento. Jucielen Romeu, vice-campeã pan-americana de boxe e atleta militar (portanto, impedida do benefício), também informou ao portal que não pediu o auxílio.
Atletas como Júlio César Agripino dos Santos (ouro no Mundial de Atletismo Paralímpico em 2019 nos 1500m), Everton Lopes dos Santos (campeão mundial de boxe) e Tayana de Souza Medeiros (tricampeã brasileira e medalhista no Parapan-Americano pelo halterofilismo), segundo o Metrópoles, estão registrados no auxílio.
Mas, segundo o site, não é possível comprovar que todos foram vítimas de fraude. Isso mostra a realidade de vários destes atletas, que longe de esportes com muitos holofotes, mesmo tendo representado o Brasil em grandes competições, sofrem sem grande renda para se sustentarem. E sem competições por conta da pandemia, acabam ficando em dificuldades.
O Governo Federal anunciou recentemente, inclusive, que não haverá edital para concessão do Bolsa Atleta em 2020, por conta dos vários cancelamentos de competições. Os resultados de atletas olímpicos e paralímpicos de 2019 e 2020 serão “unidos” para determinar quem recebe o auxílio em 2021.
Procurado pelo Metrópoles, o Ministério da Cidadania se pronunciou. A pasta afirmou que não há impedimento para que os atletas recebam o benefício caso estejam nas regras, mas ressaltou os valores de apoio atualmente aos mesmos.
“Atualmente, o Ministério da Cidadania apoia diretamente 6.650 atletas olímpicos e paralímpicos de todo o país por meio do Bolsa Atleta, um dos maiores programas do mundo de patrocínio ao atleta. O investimento anual é da ordem de R$ 125,8 milhões. Desse total, 293 são apoiados pela categoria pódio, a mais alta do programa”, afirmou.
Leia mais:
Auxílio emergencial impede que 23,5 milhões caiam na pobreza, diz estudo
Brasil recebe US$ 1 bi para pagamento de programas emergenciais
Leia os termos de uso