Bolsas remuneradas dos programas de pós-graduação da Universidade Federal de Sergipe (UFS) foram afetadas pela Portaria 34 da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior, do Ministério da Educação (Capes), publicada na última quarta-feira (18). Com a decisão, a UFS perderá 98 bolsas de mestrado e 25 de doutorado.

O pró-reitor de Pós Graduação e Pesquisa da UFS, professor Lucindo Quintans, ressalta o impacto dos cortes. “É uma situação surreal para a pós-graduação do Nordeste brasileiro, que foi a região mais prejudicada pela medida, em especial para a UFS, que possui cerca de 85% de todos os programas de pós-graduação do Estado”, afirmou.

Para Lucindo, o corte vai dificultar a formação de doutores em várias regiões do país, em especial no Nordeste, Norte e Centro-Oeste que têm indicadores semelhantes e perfil de programas de pós-graduação. “A perda dessas bolsas vai prejudicar um número expressivo de programas da UFS, inclusive de doutorados, o que vai contra a política da própria Capes, de fortalecimento dos doutorados, já que o Brasil não deve atingir a meta do Plano Nacional de Educação para a Formação de Doutores”, informa

Em carta enviada ao presidente da Capes, Benedito Aguiar, na última sexta-feira (20) a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e as Sociedades Científicas Afiliadas reclamaram que a nova Portaria foi publicada sem diálogo prévio e que corte de bolsas pode levar ao fechamento de programas e cursos em áreas estratégicas para o desenvolvimento nacional. A nova decisão da entidade alterou o acordo confirmado por outras três portarias publicadas pelo próprio órgão do Ministério da Educação (MEC) em fevereiro deste ano.

O pró- reitor afirma que para a UFS o prejuízo causado pelo corte de bolsas vai afetar programas essenciais para a formação de recursos humanos, inclusive em áreas estratégicas para o Estado, como Saúde, Biotecnologia, Física, Matemática, Ciências Agrárias, Sociologia, Educação, Administração. “Basicamente todo sistema de pós-graduação da UFS foi prejudicado com essa medida da Capes, mesmo que alguns poucos cursos tenham ganhado bolsas, pois a medida é contraproducente para o desenvolvimento do país, especialmente num momento em que o Brasil e o mundo necessitam de novas pesquisas e profissionais mais qualificados”, finaliza.