Eleições


Mais de 2 mil candidatos com funções religiosas disputam as eleições neste ano


Publicado 09 de outubro de 2020 às 10:41     Por Eduardo Costa     Foto Fernando Frazão/Agência Brasil

As eleições municipais de 2020 terão 2.093 candidatos com funções religiosas em nomes de urna, seja para prefeitos ou para vereadores. Eles estão associados a palavras como pastor, padre, bispo, reverendo, apóstolo, pai e mãe de santo. O levantamento é do portal Metrópoles, com base nos números do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A maioria é de pastores com 1.012 candidatos, e padres com 1.007. Mas algo será diferente em 2020: igrejas e religiosos podem vir a responder na Justiça Eleitoral por abuso de poder religioso, que fiscalizará excessos cometidos em prol de suas candidaturas.

Os padres estão na segunda colocação entre religiosos com candidaturas. Mas a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que representa a Igreja Católica, orienta a não participação política. A entidade prefere que os líderes religiosos católicos não se envolvam nestas questões.

O cardeal brasileiro dom Odilo Scherer publicou recentemente um artigo em site do Vaticano no qual afirma que a igreja não pode promover orientação. “Não se trata de apoio a partidos ou de recomendação do voto para determinados candidatos. A lei eleitoral brasileira e a própria lei da Igreja vetam esse tipo de atitude dos líderes da Igreja”, declarou.

O TSE deixou para o Congresso Nacional definir o que é abuso de poder religioso. Mas algumas questões foram estabelecidas. Por exemplo: candidatos com funções religiosas que lideram uma instituição religiosa devem se afastar das atividades da igreja durante a campanha. A estrutura da instituição também não pode ser usada para fins eleitorais.

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