As supostas irregularidades no primeiro turno das eleições municipais deste ano alcançaram a marca de R$ 60,4 milhões, em doações e pagamentos de serviços, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entre os indícios identificados estão quinze pessoas falecidas que doaram um total de R$ 19.587,40 para candidatos de todo o país. A informação foi divulgada pelo jornal O Estado de São Paulo, neste domingo (22).

Segundo o levantamento, foram registradas 9.068 doações de pessoas sem emprego formal, que somaram, ao todo, R$ 33,7 milhões. Além disso, 1.981 doadores teriam doado um valor total superior a R$ 17 milhões, renda incompatível com a quantia repassada.

O relatório também identificou um total de 1.227 pessoas inscritas em programas sociais que efetuaram doações de R$ 573 mil. Ainda foi encontrado um total de 1.502 fornecedores sem registro na Receita Federal ou na junta comercial, que ganharam R$ 2,7 milhões por serviços prestados a postulantes.

Na pesquisa, ainda foi constatado que 925 fornecedores de campanha possuem relação de parentesco com o candidato ou o vice, recebendo mais de R$ 1,6 milhão.

Os dados fazem parte de informações coletadas pela Receita Federal, Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Tribunal de Contas da União (TCU), Defensoria Pública Federal e o Ministério da Cidadania. Segundo o TSE, o levantamento foi encaminhado a tribunais e cartórios eleitorais como “informação de inteligência e direcionamento da fiscalização de contas”.