Os magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF) creditam ao próprio presidente da Corte, Luiz Fux, a falta de deferência do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido), que não comunicou a ele com antecedência que indicaria o desembargador Kassio Marques para integrar o tribunal. As informações foram publicadas pela colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de São Paulo, nesta sexta-feira (02).

Ainda segundo a jornalista, o chefe do Executivo nacional, então optou por levar o escolhido para um encontro com os ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli, dias antes do comunicado oficial feito em suas redes sociais. De acordo com colunista, Fux recusou ao convite feito por Bolsonaro para um encontro reservado em Brasília no ano passado. Há duas semanas durante a cerimônia de posse como presidente do STF, Fux fez ainda questão de sinalizar que o Supremo ficaria distante de políticos, numa conduta diferente da do antecessor, Dias Toffoli, que sempre privilegiou o diálogo com os outros poderes.

Segundo a matéria, a atitude de Bolsonaro contrariou o presidente do STF, que manifestou o desagrado a ministros do governo. Já Kassio Marques tem dito que deve a Fux um de seus principais trunfos para ganhar a indicação: graças ao novo Código de Processo Civil (CPC), a produtividade dele no Tribunal Regional Federal da 1ª Região teria duplicado, o que o fez ter a fama de eficiente.

Fux foi o presidente da comissão que redigiu o novo CPC, que criou um sistema de precedentes vinculantes, obrigando juízes a seguirem decisões do STF e do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Com isso, é possível decidir dezenas de casos de uma só vez.

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